Sobrevivente de famoso serial killer quebra o silêncio após 40 anos e revela detalhes dos horrores que passou

A mulher foi sequestrada quando tinha 16 anos e passou dias sendo torturada pelo criminoso

[Alerta de gatilho: o texto a seguir contém relatos perturbadores de violência e abuso sexual] Tina Marie Risico, uma das três sobreviventes conhecidas do serial killer Christopher Wilder, quebrou o silêncio 40 anos depois e detalhou os horrores que enfrentou aos 16 anos. Ela também negou as alegações de que era cúmplice do assassino. A mulher compartilhou sua história na nova série da Hulu, “The Beauty Queen Killer: 9 Days of Terror”.

Muita coisa não foi aberta em 40 anos”, disse Tina, agora com 56 anos. “Quero compartilhar meu lado da história, minha verdade. Por que Tina sobreviveu sendo torturada e controlada? Se ninguém jamais esteve nessa situação de cativeiro, é difícil para as pessoas entenderem o conceito. Mas eu vivi“, declarou.

Em 4 de abril de 1984, a então estudante do ensino médio estava em um shopping em Torrance, Califórnia, para se candidatar a um emprego, quando foi abordada por Wilder, conhecido como o “assassino de mulheres bonitas”. Ele elogiou sua boa aparência e disse que trabalhava para uma agência de modelos, convidando-a para sair do local para tirar algumas fotos. 

Este é o único ponto do qual me arrependo a cada segundo da minha vida, todos os dias”, disse a mulher. “Entrei no carro com esse perfeito estranho quando todos os avisos estavam soando na minha cabeça. Por que não ouvi meus instintos? Por que não ouvi a voz na minha cabeça?“, lamentou.

Eles dirigiram até uma floresta, onde Wilder apontou uma arma e a mandou tirar a blusa. Mais tarde, o australiano a estuprou em seu carro, disse ela aos investigadores, antes de levá-la em uma viagem pelo país para fugir da polícia por seus crimes anteriores, incluindo o assassinato de outras sete mulheres. 

Tina Marie Risico foi capturada pelo serial killer aos 16 anos. (Foto: Divulgação/Hulu)

Tina disse que ela era estuprada todas as noites nos hotéis em que se hospedavam e disse que Wilder também cortou o fio de uma lâmpada para eletrocutá-la, o que a deixou com cicatrizes na parte superior do corpo e nos mamilos. A jovem de 16 anos dormia ao lado do homem de 39, com os pulsos algemados acima da cabeça – que, segundo ela, continua sendo a única posição em que consegue dormir hoje. 

Eu me senti impotente”, explicou a vítima, que disse ter crescido cercada de drogas e sofrido abusos na escola primária. “O desamparo é um sentimento horrível. Quando de repente você percebe que seus direitos civis e toda a sua moralidade estão sendo tomados e controlados por outra pessoa. E para sobreviver, você tem que obedecer. E eu não gostei, mas eu tive que lidar com isso“, relembrou.  

É por isso que, disse ela, quando Wilder lhe pediu para abordar uma garota em um shopping em Gary, Indiana, e convencê-la a ir com eles, Tina se sentiu coagida a fazer o que lhe foi dito. “Tudo o que passava pela minha cabeça era: ‘Como posso salvá-la? Como vou dizer a ela para sair daqui?‘”, disse ela, acrescentando que não era cúmplice do homem: “Eu apenas fiz o que ele disse“.

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Dawnette Sue Wilt, também de 16 anos, disse que foi atraída por uma oferta de modelo para um desfile de moda e se juntou aos dois no carro quando eles partiram. Depois que ele terminou de estuprá-la e me estuprar, ele falou: ‘Você precisa tomar banho‘”, lembrou Tina. “E enquanto eu estava no banho, pude ver as luzes acendendo e apagando, então ele a eletrocutou. E ela estava gritando. Eu podia ouvi-la do banheiro“, contou.

Até hoje, Risico disse que seus dois arrependimentos são entrar no carro com Wilder e levar Dawnette com eles. “Foi uma escolha”, disse ela. “Não foi minha, mas foi uma escolha, e eu tive que conviver com isso”, lamentou. 

Mais tarde, Wilder esfaqueou Dawnette na floresta, deixando-a morrer, embora ela tenha sobrevivido e sido ajudada por um motorista que estava próximo ao local. Com a polícia atrás dele, o assassino roubou um carro de uma mulher de 33 anos, que ele atirou e matou enquanto Tina assistia.

O assassino então comprou para Tina uma passagem de avião de volta para Califórnia e a libertou. Como ela lembra, ele simplesmente disse “tchau” e depois tentou dirigir até a fronteira com o Canadá. No final das contas, Wilder foi pego em New Hampshire em 13 de abril de 1984 e se matou com um tiro na frente da polícia, encerrando a intensa caçada por ele em todo o país. 

O serial killer

Christopher Wilder ficou conhecido como Beauty Queen Killer e Pretty Girl Killer (Assassino das Rainhas da Beleza, ou Assassino das Mulheres Bonitas, em tradução livre) após sequestrar e estuprar pelo menos doze meninas e jovens mulheres, torturar algumas, e matar pelo menos oito delas. Seus crimes aconteceram ao longo de seis semanas no início de 1984, passando pelos estados da Flórida, Texas, Oklahoma, Colorado, Nevada e Califórnia.

Christopher Wilder. (Foto: Reprodução)

Desde sua morte, ele é considerado suspeito por uma série de assassinatos não resolvidos, incluindo um misterioso homicídio de duas adolescentes em Sydney, em 1965 – época em que ele ainda morava na cidade da Austrália. Também acredita-se que o criminoso tenha estuprado duas meninas, de 10 e 12 anos, em 1983, na Flórida.

A série da Hulu, que estreou no dia 16 de maio nos EUA, conta os crimes de Wilder. Assista ao trailer:

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