Um pai, que confessou ter assassinado a própria filha, por asfixia, foi morto no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros, em São Paulo. Wellington da Silva Rosas morreu na noite de terça-feira (2) após ser asfixiado por outro presidiário. A família acredita que ele matou Rayssa Rosas para se vingar da ex-companheira.
De acordo com informações do “Brasil Urgente”, da Band, o homem de 39 anos teria assediado o companheiro de outro detento dentro da enfermaria. Eles iniciaram uma briga e Wellington foi sufocado pelo parceiro do assediado. Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que ele foi levado para o Pronto Socorro da Lapa, mas não resistiu aos ferimentos.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) também afirmou ao g1 que a morte de Rosas foi provocada por um desentendimento. “Eram 20h quando servidores ouviram pedidos de socorro vindos do local que o preso habitava. A equipe removeu outros detentos do ambiente e levou Rosas para o pronto socorro da região, onde foi constatado o óbito. A unidade registrou Boletim de Ocorrência no 91º DP (Ceasa). A direção do presídio tenta contato com familiares para comunicar o falecimento“, informou.
O crime
O corpo de Rayssa Rosas, de 18 anos, foi encontrado carbonizado, em um buraco na alça de acesso da Avenida 23 de Maio, no centro da capital paulista. A jovem estava desaparecida desde 24 de março, quando foi visitar o pai. Um dia antes de ser detido, ele apareceu, em registros de câmeras de segurança, deixando o apartamento onde mora, na Bela Vista, com uma caixa pesada.
No vídeo, que faz parte das investigações, é possível vê-lo usando um carrinho de mão para carregar o objeto de papelão até o elevador. Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o corpo de Rayssa estava dentro da caixa. A Polícia Civil informou que Wellington matou a filha no domingo (24), quando ela foi visitá-lo. Assista:
🎥 Pai mata a própria filha esganada e queima corpo para tentar atingir a ex pic.twitter.com/95OsaXgmwY
— Meio (@portalmeio) March 27, 2024
Os pais de Rayssa estavam separados, e ela morava com a mãe. À Record, a família acredita que Wellington matou a filha para se vingar da ex-companheira. Em seu depoimento, o homem confessou o crime e afirmou ter discutido com a jovem por causa da separação. “Estavam bebendo juntos e surgiu uma discussão por conta da separação dos pais. A mãe de Rayssa estava separada do seu pai, Wellington, há alguns meses. Ele disse que foi para cima da filha porque ela havia ficado ao lado da mãe na separação“, relatou a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, ao g1.
Ainda segundo a delegada, o pai contou ter esganado a filha. “Por asfixia, na noite de domingo, quando Rayssa estava em seu apartamento“, afirmou Ivalda. Depois disso, o homem declarou que foi dormir com a vítima morta dentro do seu apartamento e retirou o corpo do imóvel na noite seguinte. “Transportou o corpo da filha em caixa de papelão e utilizou um carrinho. E seguiu para a Avenida 23 de Maio, onde jogou o corpo numa vala existente na pista“, disse a delegada.
Wellington também declarou que contratou um andarilho desconhecido para ir a um posto, comprar combustível e queimar o cadáver de Rayssa. “Afirmou que pagou R$ 10 para que um homem em situação de rua ateasse fogo. E para tanto foi utilizado 1 litro de etanol“, comentou a delegada. Como a filha não voltou para a casa, a mãe foi a uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento.
Após a confirmação de que o corpo era de Rayssa, o DHPP prendeu Wellington, que foi levado para a sede do departamento. Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por usar recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, além de ter respondido por destruição e ocultação de cadáver.
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