O pai de Sophia Ângelo Veloso da Silva, de 11 anos, encontrada morta nesta terça-feira (28), dentro de uma lixeira no Rio de Janeiro, revelou que encontrou um diário da garota, onde ela escrevia suposições sobre como morreria. Nesta quinta-feira (30), a polícia afirmou que vai verificar as informações.
“Ela colocou as possíveis mortes lá e dizia homicídio e estupro. Toda a morte que ela teve ela já sabia de alguma forma que isso aconteceria. Eu não sei há quanto tempo isso estava lá. Foi meu filho e minha esposa que encontraram. Hoje eu sou um pai acabado. Ele não tinha esse direito“, lamentou o pai.
🚨VEJA: A família de Sophia Ângelo, menina de 11 anos que foi achada morta em uma caçamba de lixo na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, encontrou um diário escrito pela garota.
Nele, há anotações de “mortes que eu sofreria”, incluindo “estupro, homicídio e feminicídio”. pic.twitter.com/KiL1Y0y1oQ
— αℓєx (@alexlimareal) May 31, 2024
De acordo com o g1, com o achado, a família suspeita que a menina já estava sendo vítima do abusador há mais tempo. No dia em que o corpo de Sophia foi encontrado, os parentes da menina foram até a delegacia. Lá, uma sobrinha do suspeito revelou que havia sido abusada pelo tio quando tinha 16 anos. Hoje, com 22, ela conta que a mãe não denunciou o crime na época para poupar a avó, que já era de idade.
O pai de Sophia ainda contou à imprensa que seu conforto é ter achado o corpo da filha para que fosse possível um enterro digno. “Eu não sei como eu vou viver, estou tentando ficar de pé mas não sei como vou fazer. Ele destruiu a minha vida. A gente só vivia rindo. Ela chegava nos lugares e passava o amor que ela tinha para os outros, estava sempre com aquele sorrisão no rosto“, disse ele.
O caso
Sophia Ângelo saiu de casa por volta das 7h de segunda-feira (27) e, desde então, não tinha mais sido vista. Ela estava a caminho da Escola Municipal Belmiro Medeiros, no bairro Moneró, a 20 minutos a pé de sua casa. Horas após o desaparecimento, os pais da menina conseguiram imagens dela ao lado de Edilson Amorim dos Santos Filho, de 47 anos.
O pai da menina disse que não foi avisado de que a criança não havia chegado à escola. “A escola não informou que ela não tinha ido. Então, pensamos que ela estivesse na escola. Ele [o suspeito] desviou a minha filha no meio do caminho. Eu reconheci ele nas imagens e, a partir daí, eu falei: ‘É o Júnior’. A minha sogra viu ele mais cedo em direção ao Galeão. Trouxemos todas as informações e depois fomos até a casa dele. Ele estava dormindo“, contou.
Na casa dele, durante uma perícia, os agentes encontraram um short utilizado pela menina no dia do desaparecimento, além de uma faca e uma chave de fenda torta. A ferramenta, que estava escondida, tinha sinais de sangue. O material será analisado. Os peritos também encontraram vestígios de sangue no banheiro. Apesar de o cômodo ter sido recentemente lavado, o uso da substância luminol conseguiu identificar resquícios de sangue.
O corpo da menina foi encontrado em uma caçamba de lixo, na terça-feira (28). Edilson foi preso e confessou o crime. Segundo o delegado Felipe Santoro, ele foi preso em flagrante por estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver.
Segundo a 37ª Delegacia de Polícia, a criança levou, pelo menos, 35 facadas na nuca, no peito, nas pernas e nas costas. O delegado afirmou ao g1 que o pedreiro agiu com “extrema agressividade e crueldade”. Edilson é irmão da ex-madrasta de Sophia.
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