Chrystian: Filho mais velho revela que foi “barrado” de convivência com o pai, e expõe razão do afastamento do cantor com Ralf

Após morte do sertanejo, Flávio Alexandre desabafou sobre relação entre os dois

O sertanejo Chrystian, da dupla com Ralf, faleceu na última terça-feira (19), em São Paulo. Após sua partida, Flávio Alexandre, o filho mais velho do cantor, expôs detalhes de sua relação com o pai em conversa com a coluna Fábia Oliveira, do Metrópoles. Além disso, ele também contou o real motivo do afastamento de Chrystian e Ralf.

Segundo Flávio, apesar de ser o primogênito do artista, a relação entre eles era inconstante. “O meu relacionamento com o meu pai dependia de quem estava do lado. Se estava só ele e eu, era totalmente diferente. Agora, quando estava a atual e a ex-esposa dele, que é a mãe dos meus outros irmãos, elas sempre deram um jeito de barrar a minha presença”, lamentou. “Tanto pra entrar no show, pra entrar no hotel, pra entrar no camarim, pra aproximar dele… Telefonema, não deixava atender ou falava que não estava”, disse ele.

O último encontro de pai e filho aconteceu há cerca de seis anos, em um show solo de Chrystian em Goiânia, pouco antes da dupla sertaneja chegar ao fim. “Eu até estranhei, porque não tinha tido anúncio e nem nada, mas ele falou que era um show particular para uma empresa, acústico, só voz e violão. E ele falou assim: ‘Só não vou te levar porque lá é empresa e fico com receio do pessoal achar ruim’. Eu entendi e não ia forçar a barra. Eu poderia falar: ‘Mas eu sou seu filho e vou’. Né? Mas eu nunca nunca fiz isso de ‘Ah, mas eu tenho que ir porque eu sou filho’. Então, eu ficava sempre muito na minha”, contou Flávio.

Flávio Alexandre e o pai, Chrystian. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em meio às notícias sobre o falecimento de Chrystian, detalhes sobre sua vida pessoal causaram polêmica. Isso porque alguns veículos noticiaram que o artista deixou apenas a viúva, Key Vieira, e dois filhos (João Pedro, de 22 anos, e Lia, de 12,) – o que não é verdade.

“Nós somos sete filhos. Eu sou o Flávio, o mais velho. Depois de mim veio o Chrystian, que o apelido dele é Kiki. Ele é 12 anos mais novo que eu. Aí depois veio o Yan, depois veio o Yuri, o Jimmy, o João Pedro e a Lia”, explicou o primogênito. “Muita gente me pergunta sobre o distanciamento dele [Chrystian], por que era assim… Você vê as pessoas à volta dele que sabem a quantidade de filhos, não comentar, dizer que ele deixou viúva e dois filhos… Aí você já imagina como é o coração dessa pessoa, né? É complicado”, desabafou.

Flávio reforçou que todo os sete são registrados por Chrystian. “Todos nós somos registrados. Inclusive, a ex-mulher do meu pai fez com que ele entrasse com um pedido de exame de DNA na época, nos anos 90. O juiz deu o caso improcedente, porque, quando eu fui ao encontro do juiz para ver se fazia o exame, ele me viu e falou: ‘Isso aqui é uma situação totalmente fora de contexto, porque o menino é a cara do Chrystian e já é registrado. Não estou entendendo por que que está pedindo esse exame de DNA'”, contou.

Ainda de acordo com o rapaz, o relacionamento com os irmãos não é dos mais fáceis. “O Yan trabalhou muito tempo com meu pai, ele era secretário. Sempre que ele vinha pra Goiânia, eu assistia ao show do meu pai na plateia porque eu nunca gostei de ficar no palco (…) Eu ficava embaixo, mas do lado que o Ian ficava no palco. Então, ele lá de cima e eu embaixo, dependendo da música a gente fazia um sinal um para o outro, mandava um beijo, a gente brincava muito. Quando acabava o show, eu ia para o hotel, muitas vezes eu não conseguia falar com meu pai, que estava tomando banho ou então tinha uma das barreiras que as outras colocavam. Mas eu e o Yan, a gente ficava muito tempo conversando no saguão do hotel sobre a vida. Só que ele mudou para os Estados Unidos, aí eu perdi o contato”, revelou.

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Com Yuri, a proximidade permanece até hoje: “O Yuri, que mora em São Paulo, a gente se fala direto. Eu, Yuri e o filho dele, meu sobrinho, temos um contato bem legal. O combinado era que, quando o pai saísse do hospital, eu fosse pra SP e a gente desse um jeito de encontrar com o pai. Mas, infelizmente, ele saiu do hospital de outra forma”.

Flávio Alexandra declarou, ainda, que a situação com o restante da família é um pouco mais grave: “Não tenho contato. Eu soube que ele [Jimmy] acha que eu não sou da família, que não sou irmão. A mãe faz a cabeça. O Chrystian, Kiki, eu não tenho contato também, porque, infelizmente, ele tem esquizofrenia. O Yuri falou para mim que era melhor não me levar na casa dele para vê-lo, porque eu ia ficar muito sentido. Mas eu estou tentando me preparar para encontrá-lo… Na última vez que eu o vi, ele tinha dois anos”.

Por fim, quanto aos irmãos mais novos, João Pedro e Lia, Flávio destacou que a relação é nula. “Quanto ao João Pedro e a Lia, eu não tenho contato nenhum. Soube que, para eles, era como se eu não fosse irmão. Então, infelizmente, o meu contato com meus irmãos não é do jeito que eu gostaria”, falou.

Chrystian e a esposa Key tiveram dois filhos juntos. (Foto: Reprodução/Instagram)

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Fim da dupla

Os irmãos Chrystian e Ralf colocaram um fim na dupla musical em 2021. No velório do sertanejo, nesta quinta-feira (20), Ralf lamentou não ter se despedido, já que os dois estariam sem se falar há anos.

Flávio Alexandre destacou que o afastamento se deu por conta da intromissão de terceiros. “Eu, particularmente, acho que o lance do meu tio Ralf falar que eles não se falavam há quatros foi pelo mesmo motivo que me afastaram do meu pai… afastaram o meu tio também”, especulou.

Ele disse acreditar que a dupla não se afastou por vontade própria. “Meu tio era alucinado no meu pai. Lembro de uma vez que a minha mãe perguntou para o meu tio por que ele tinha resolvido fazer a primeira voz e o Chrystian a segunda. Eu nunca esqueci da resposta do meu tio. Ele olhou pra minha mãe e disse: ‘Você acha que eu sou besta de fazer a segunda voz? Você não tem noção do quanto fazer segunda voz é difícil e o Crystian é incomparável com qualquer pessoa, ele é incrível’. Ele babava no meu pai cantando”, pontuou.

“O meu tio [Ralf] e o meu pai se amavam muito. Eu sempre escutei as histórias de como eram os dois. Eu sou muito amigo do empresário do meu tio hoje e ele me fala: ‘Flávio, o seu tio é apaixonado no seu pai’. Então, eu não acredito que o meu tio ficou esses quatro anos sem conversar com ele por vontade própria. Também não acredito que o meu pai não falou com o meu tio por vontade própria. Pra mim, com certeza, tem gente por trás”, concluiu.

Ralf chorou a perda do irmão e revelou visão dias antes de sua partida. (Foto: Van Campos/Agnews)
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