Caso Djidja Cardoso: Mãe e irmão quebram silêncio 5 meses após morte da ex-sinhazinha: “Não percebi que ela estava pra morrer”; assista

Cleusimar e Ademar Cardoso quebram o silêncio em entrevista ao “Câmera Record”

Cleusimar CardosoAdemar Cardoso, mãe e irmão de Djidja Cardoso, quebraram o silêncio sobre a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido cinco meses após ela perder a vida. Em entrevista à Roberto Cabrini, do “Câmera Record”, divulgada neste domingo (22), os réus contaram detalhes do caso. De acordo com as acusações, a família teria criado uma seita para o uso indiscriminado de drogas.

Djidja foi encontrada sem vida na própria casa no dia 28 de maio deste ano. Segundo o laudo preliminar divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) ela faleceu por conta de um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração. A suspeita é de que o uso excessivo de cetamina tenha culminado na complicação.

Três meses antes, Djidja havia revelado sua luta contra a depressão e gastrite. Isso fez com que a família buscasse ajuda policial por causa do estado de saúde dela, o que incluía as consequências do uso de drogas. Ao ser questionada por Cabrini se havia percebido que a situação crítica da filha, Cleusimar disse que não.

“Eu acordei com o Bruno [ex-namorado] batendo na minha porta e falando que ela não tava respirando, eu não acreditei. Eu não percebi que ela [Djijda] estava para morrer. Ela estava com uma depressão, sofria de amores que não davam certo e usava muito clonazepam. Eu não acredito em overdose. Se fosse uma overdose, por que Ademar não está morto? Por que eu não estou morta? A escolha que fazemos na vida é individual. Eu nunca obriguei ninguém a fazer nada, ela tinha 32 anos, era consciente do que faia”, afirmou ela.

Cleusimar ainda defendeu a liberdade de culto e afirmou nunca ter colocado a vida de outras pessoas em risco: “Eu não comecei a popularizar nada, as investigações estão erradas. Nós fazíamos reuniões em casa, com cabeleireiros. Fazíamos experiências em cabelo”. A mãe da vítima ainda declarou que se pudesse mudaria o passado, porque assim como Djidja, ela e Ademar “também foram vítimas”.

Djidja Cardoso foi encontrada morta em casa. (Foto: Reprodução/Instagram)

“Todos nós usávamos a mesma quantidade de cetamina. O meu erro foi de não ter parado com os psicodélicos, porque era muito difícil a gente parar naquele momento bem depressivo. Eu estava em um momento em que precisava daquela substância, mas as coisas acontecem exatamente como elas têm que acontecer. Nenhuma folha cai da árvore sem a permissão de Deus”, analisou.

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Já Ademar desabafou durante a entrevista sobre as dificuldades que também teve com drogas. “Eu era viciado. Um cego não conduz o outro, a não ser cair no precipício. Minha mãe bloqueou diversas vezes as contas da Djidja. A seita não era para um enriquecimento pessoal, mas sim uma oportunidade de ajudar os outros”, explicou.

“Eu acredito que a contradição está no excesso. Pois quando gera um excesso, é prejudicial. Eu senti que cruzei a fronteira quando usei (a cetamina) excessivamente”, adicionou. Entretanto, ao refletir sobre a morte da irmã, Ademar disse que não tem “peso na consciência”.

“Causa peso no coração. (…) Peso na consciência, não. Eu não poderia impedir o livre arbítrio dela, porque eu corromperia a soberania dela. Mas eu tentei, levei ela até o médico várias vezes, inclusive, compulsoriamente. Eu não tenho medo de ser condenado. Eu acredito na minha verdade. Eu sei minha verdade. Eu não cometi nenhum crime desses. Eu era muito viciado em droga. Não acredito que tenha passado com algum conceito errado”, finalizou ele.

Assista ao vídeo completo abaixo:

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Cleusimar Cardoso, mãe, Ademar Cardoso, irmão, e Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja Cardoso, se tornaram réus na denúncia do Ministério Público para o Tribunal de Justiça do Amazonas. Dez pessoas foram acusadas de tráfico de substâncias entorpecentes. Destes, seis estão presos e quatro respondem ao processo em liberdade.

Além do trio, também foram denunciados: José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina), Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária), Hatus Moraes Silveira (coach que se passava por personal da família de Djidja), Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro em uma rede de salões de beleza da família de Djidja), Claudiele Santos Silva (maquiadora em uma rede de salões de beleza da família de Djidja), Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família de Djidja) e Emicley Araújo Freitas (funcionário da clínica veterinária de José Máximo).

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