Nesta segunda-feira (30), Gusttavo Lima gravou uma longa live com seu advogado, Claudio Bessas, sobre as acusações que recebeu nas últimas semanas.
Ele negou ser “sócio oculto” da plataforma de apostas digitais Vai de Bet, assim como todos os demais pontos levantados pela Polícia Civil de Pernambuco no inquérito, incluindo a venda de aeronaves e o auxílio a foragidos. “A partir do dia 4 (de setembro) para cá eu fui surpreendido com tantas mentiras, com tantas suposições, com tantas fake news. Jamais trocaria minha paz por nenhum dinheiro desse mundo”, disse em um trecho.
Na transmissão, que tinha em média 170 mil pessoas online, o “embaixador” fez questão de reforçar sua inocência. Ele falou sobre sua viagem à Grécia, afirmando que ela já estava programada para ele gravar seu DVD, com 20 músicas a serem lançadas. Também negou motivos obscuros por trás da construção de seu aeroporto. “Estamos construindo o melhor hotel desse país”, afirmou.
Uma reportagem do Fantástico deste domingo (29) revelou as suspeitas da polícia. Para a investigação, Gusttavo é o dono oculto da empresa de apostas Vai de Bet. A teoria surgiu após a empresa fechar um patrocínio milionário com o Corinthians, no fim de 2023, o que levou a um questionamento. Um conselheiro do clube afirmou em depoimento que o presidente do Corinthians teria dito, durante uma ligação com Gusttavo Lima, que o cantor seria um dos proprietários da Vai de Bet.
Venda de aeronaves
Gusttavo Lima se defendeu das acusações envolvendo a venda de sua aeronave, afirmando que todo o processo foi legal. “A primeira venda foi feita, se eu não me engano, em junho do ano passado, em 2023. Realmente aconteceu. Não foi nenhuma criação. Um contrato devidamente estabelecido”, explicou o cantor. Ele detalhou que o avião apresentou problemas na turbina, o que levou à desistência da compra inicial, mas que, após consertos, a aeronave foi vendida novamente. “O que a gente fez? A gente fez um destrato. Se a gente contratou antes, a gente destratou depois, no mesmo valor que a gente recebeu. Posteriormente, mandei consertar o problema do avião. O avião foi para os Estados Unidos e ficou de cinco a seis meses fazendo a manutenção. Foi solucionado o problema. O avião voltou e foi vendido”, esclareceu.
Quanto ao envolvimento de uma empresa investigada na compra, Gusttavo ressaltou que não tinha conhecimento da situação. “A minha aviação é 100% para trabalhar. O problema aí foi ter vendido para uma empresa que estava sendo investigada. A gente não sabia”, afirmou. Ele ainda disse que, até a quitação total do pagamento, o avião continua registrado no nome da sua empresa na ANAC.
Relação com a Vai de Bet
Sobre seu vínculo com a empresa de apostas Vai de Bet, o artista destacou seu papel como garoto-propaganda. “Não sou sócio da Vai de Bet. Eu sou garoto-propaganda da Vai de Bet. Tenho um contrato de prestação de serviço”, declarou, acrescentando que há uma negociação que lhe garante 25% dos lucros em uma possível venda da marca, mas que não possui controle sobre as decisões da empresa. “Eu não sou o dono da marca. Eu não tenho a caneta, entendeu?”, completou.
Gusttavo afirmou que todos os serviços relacionados ao contrato, que começou em 2022, foram cumpridos. “São dois anos de contrato onde eu prestei todo o meu serviço, toda a nossa parte de shows, a parte de imagem do Gusttavo, tudo foi cumprido 100%”, afirmou.
Viagem à Grécia
O cantor também comentou as especulações sobre sua viagem à Grécia, que ocorreu dias antes da operação policial. “A gente foi pra Grécia. Foi uma viagem programada. Gravei 20 músicas que estão sendo lançadas”, começou. Gusttavo ressaltou que a operação policial ocorreu no dia 4 de setembro, enquanto sua viagem começou no dia 1º, e negou qualquer relação com a tentativa de fuga ou proteção aos sócios da Vai de Bet. “Os proprietários da Vai de Bet seguiram viagem. A gente seguiu pra outro caminho. Então, assim, não dei guarida pra foragido”, destacou.
Sobre o voo de volta ao Brasil, o advogado esclareceu que os passageiros eram apenas produtores, assessores e amigos do cantor. Em tom de brincadeira, Gusttavo comentou que o investimento no próprio aniversário acabou se tornando um “presente de grego”, referindo-se à repercussão negativa da investigação
No final da live, Lima reforçou que se dedicará ainda mais no futuro a seus shows e fãs. “Vou fazer 50 shows ano que vem, de 5 horas cada um”, prometeu.
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Entenda o caso
De acordo com o Fantástico deste domingo (29), Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A medida foi tomada pela Polícia Civil de Pernambuco em 15 de setembro, no âmbito da Operação Integration, que tem ao todo 53 alvos em seis estados brasileiros. Cabe, agora, ao Ministério Público decidir se denuncia ou não, o artista, à Justiça. A defesa de Gusttavo nega irregularidades.
O jornalístico da TV Globo chegou a exibir imagens do que fora encontrado no cofre da empresa do cantor. De acordo com o Fantástico, a polícia apreendeu R$ 150 mil na sede da Balada Eventos e Produções, companhia de shows de Gusttavo Lima em Goiânia (GO). Os agentes também localizaram 18 notas fiscais sequenciais, emitidas no mesmo dia e em valores fracionados por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos, para a PIX365 Soluções (Vai de Bet, segundo a polícia), que também é alvo da operação Integration.
De acordo com a polícia, são mais de R$ 8 milhões pelo uso de imagem e voz do cantor. O dinheiro em espécie e as notas fiscais como encontradas são, segundo as autoridades, sinais de lavagem de dinheiro. Saiba detalhes, clicando aqui.
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