Brasileira é morta a facadas na frente dos filhos na França; polícia aponta principal suspeito

Marido também morreu após ataque

Uma brasileira foi morta a facadas dentro de casa, em Émerainville, na França. O assassinato de Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos, aconteceu na frente de seus filhos adolescentes. O principal suspeito é o ex-marido, Marcelo Salomão, de 44 anos, que tirou a própria vida após o crime. Ela havia se mudado do Espírito Santo para a França há cinco anos em busca de uma vida melhor, trabalhando em uma empresa de limpeza para sustentar a família.

Juliana morava com os três filhos, um de 17, outro de 14 e uma de 21 anos. A mais velha estava no Brasil na hora do crime. Segundo a família da vítima e a polícia francesa, Marcelo não aceitava a separação, que havia ocorrido há cerca de três meses. Em declarações compartilhadas pelo g1, o relacionamento era marcado por agressões, e Juliana tinha uma medida protetiva contra o ex-marido.

“Ele invadiu a casa dela e cometeu o crime. Os filhos menores estavam lá com ela, foi machucado. Sofreu um corte no braço, mas está fora de perigo. A polícia de lá só falou isso, que ele foi defender ela, mas nada grave. Ela tinha uma medida protetiva. No começo, ela não queria que a gente soubesse sobre as agressões”, relatou Danielle de Oliveira Pigatti, irmã de Juliana.

Após o crime, os adolescentes foram levados ao hospital, onde permanecem sob os cuidados das autoridades francesas e recebem apoio. “Os dois estão em um hospital para tratamento psicológico sob a tutela do governo da França. Ainda não conseguimos falar com eles porque os dois estão sob custódia do estado. Um colega de trabalho da minha irmã foi quem nos disse que meus sobrinhos estão fora de perigo”, explicou Danielle ao jornal Nova Onda. Ela ainda acrescentou que ficou sabendo do crime após ver notícias sobre o caso nas redes sociais, mas só recebeu uma ligação oficial da polícia na manhã de hoje.

Juliana morava com os três filhos (Foto: Reprodução/g1)

Segundo a família, parentes que moram na região de Émerainville estão acompanhando de perto o caso e tentando obter a guarda provisória dos jovens enquanto a situação se desenrola judicialmente. “Temos parentes que moram na região onde ela vivia, que vão ajudar, e que vão tentar ficar com as crianças até que a nossa família resolva os procedimentos junto à Justiça francesa”, acrescentou a irmã.

O histórico de violência no relacionamento de Juliana e Marcelo era conhecido. Danielle disse que ele já havia sido preso por agressão há cerca de três meses e, ao ser liberado, a situação entre os dois se agravou. Juliana tentou proteger o ex-companheiro por receio de que ele cometesse algo contra si mesmo. “Pedimos para ela vir embora, dissemos que ajudaríamos com as crianças, mas ela respondeu que queria ajudá-lo. Mas ele invadiu a casa dela e cometeu o crime contra ela”, contou.

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Família faz vaquinha

Os parentes de Juliana também buscam recursos para trazer o corpo de volta ao Brasil para o sepultamento. O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, acompanha o caso e oferece apoio à família para os trâmites burocráticos necessários. No entanto, segundo a legislação brasileira, o custeio do translado é de responsabilidade da família e não pode ser financiado com recursos públicos.

“O meu irmão está em contato com o Itamaraty para resolver os trâmites necessários com a Justiça da França. Nós vamos fazer uma vaquinha para custear o translado do corpo, para que o enterro seja feito no Espírito Santo”, afirmou Danielle. Uma necrópsia será realizada pelo instituto forense de Paris nos próximos dias.

Juliana e marido são do Espírito Santo e moravam na França há 5 anos (Foto:
Reprodução/TV Gazeta)

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Família do suspeito se pronuncia

A família de Marcelo Salomão também divulgou uma nota em que lamenta o ocorrido. Em trecho do comunicado, eles expressam dor e choque com a situação: “É com grande dor e tristeza que compartilho com vocês a notícia da tragédia que ocorreu em nossa família. Nosso irmão, que sempre foi uma pessoa lutadora e dedicada, cometeu um ato inimaginável. Embora isso seja inaceitável, é importante lembrar que ele estava passando por um momento de grande luta contra a depressão, uma doença cruel que pode mudar a perspectiva de qualquer pessoa”.

Ainda de acordo com os familiares do homem, a instabilidade emocional que ele enfrentava contribuiu para o crime, mas o ato permanece inaceitável para todos. “Por muitos anos, o Marcelo juntamente com sua esposa foram os pilares da sua família, provendo e cuidando dela. Ele nunca foi uma pessoa má; ao contrário, sempre foi alguém que nos inspirou com sua força e resiliência”, completa a nota. De acordo com Danielle, ele foi encontrado em casa pela polícia e levado ao hospital, mas não resistiu.

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