Um erro na maternidade em Alagoas transformou para sempre a vida de duas famílias. Uma descoberta inesperada, feita dois anos após o nascimento de gêmeos, revelou que os bebês foram trocados no hospital. O caso, que veio à tona com um vídeo postado nas redes sociais, colocou as mães Débora e Maria Aparecida em uma situação delicada e abriu uma investigação para apurar o ocorrido.
A vida da agricultora Débora e de seu marido, Suelson, nunca mais foi a mesma após o nascimento dos filhos Guilherme e Gabriel, em fevereiro de 2022, no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca. Com complicações no final da gestação, Débora precisou ser internada e os bebês nasceram prematuros, necessitando de cuidados intensivos. Durante semanas, os meninos ficaram na UTI neonatal e, por causa da pandemia de COVID-19, as visitas foram restritas.
“Eu até pensei que iria todos os dias para amamentar, mas não fui. O pediatra me ligava e passava o relatório de como eles estavam”, relembra Débora, em entrevista ao Fantástico. Os gêmeos foram liberados no dia 12 de março de 2022, e a mãe seguiu acreditando que eles eram bivitelinos, pois o médico não confirmou que os dois eram idênticos.
Dois anos depois, Débora recebeu de uma amiga um vídeo de Bernardo, filho de Maria Aparecida. O menino, que frequentava uma creche em Craíbas, cidade vizinha, era muito parecido com Gabriel. “Eu fiquei tão atordoada. Postei um vídeo, o vídeo dele na creche rezando e postei um vídeo chorando: ‘Vocês me perguntando se esse menino é o Gabriel, mas não é o Gabriel. Estou emocionada porque o menino é idêntico ao Gabriel’”, lembrou a mãe das crianças.
Maria Aparecida teve uma gestação tranquila até o oitavo mês e deu à luz Bernardo no mesmo hospital, três dias após o parto de Débora. Assim como os gêmeos, ele precisou ficar internado na UTI neonatal para ganhar peso, sendo liberado no dia 28 de março de 2022.
Após a postagem, as duas mães, com o auxílio de uma conselheira tutelar, decidiram se encontrar. Débora, ainda perplexa com a situação, foi até a casa de Maria Aparecida para conhecer Bernardo e, juntas, decidiram fazer exames de DNA
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O resultado foi um choque para ambas. Bernardo era biologicamente filho de Débora e Suelson, enquanto Guilherme, um dos bebês criados por Débora, era na verdade filho de Maria Aparecida. “Esses meses estão sendo, tipo, que meu mundo caiu”, desabafou Débora.
O caso gerou uma batalha judicial. Débora e Suelson entraram com uma ação contra o obstetra responsável pelo pré-natal e parto. Segundo eles, exames feitos durante a gestação já apontavam que os gêmeos eram idênticos, informação que nunca foi compartilhada.
Enquanto isso, as famílias buscam encontrar um equilíbrio. Débora quer a guarda de Bernardo, seu filho biológico, mas também deseja manter Guilherme, que sofre de problemas graves de saúde. Já Maria Aparecida, representada pela Defensoria Pública, luta para permanecer com Bernardo e defende a convivência próxima entre as famílias.
A posição da Defensoria, que representa Maria Aparecida, é que as crianças devem ficar com as mães que as criaram desde o nascimento, mas sem romper os laços biológicos. Atualmente, as visitas são quinzenais, enquanto a decisão da Justiça não é tomada. Assista à reportagem completa:
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