Japoneses criam remédio que faz os dentes crescerem; entenda como funciona

Medicamento está em fase de testes e visa substituir implantes e próteses

Um remédio que pode ajudar no crescimento de dentes de adultos vai ser testado por pesquisadores japoneses. Segundo o The Japan Times, os primeiros experimentos serão feitos em homens, mas o objetivo é que possa incluir, no futuro, crianças que nascem sem os dentes por conta de uma doença congênita. O objetivo é que o medicamento seja uma alternativa às próteses e implantes.

Os ensaios serão feitos até agosto de 2025, e a previsão de lançamento, segundo o The Japan Times, é para 2030. “Queremos atender às expectativas de quem tem dificuldade de viver porque não tem dentes“, disse Katsu Takahashi, o líder da pesquisa. É uma tecnologia “completamente nova” para o mundo e “restaurar os dentes naturais definitivamente tem suas vantagens”, opinou ele.

O medicamento para regeneração dentária atua desativando o gene USAG-1, responsável por impedir o crescimento dos dentes. O resultado do estudo feito no ano passado, publicado no Regenerative Therapy, provou que o medicamento pode regenerar os dentes dos animais sem efeitos colaterais notáveis. Os testes foram realizados em ratos e furões.

Japoneses testam remédio para crescer os dentes. (Foto: Unsplash)

A equipe do médico lançou os testes clínicos no Hospital Universitário de Kyoto em outubro. Na primeira fase, os experimentos serão feitos em homens de 30 a 64 anos via intravenosa, com o objetivo de mensurar as devidas doses e, principalmente, entender a segurança do procedimento. Já a segunda fase vai ocorrer em pacientes de 2 a 7 anos que não têm pelo menos quatro dentes. Os testes serão feitos até agosto do ano que vem.

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Takahashi explicou que a localização de um novo dente na boca pode ser controlada pelo local da injeção da droga e, em caso de problemas, ele pode ser movido por meio de ortodontia ou transplante.

Informações divulgadas pelo Ministério da Saúde do Japão afirmam que mais de 90% das pessoas com 75 anos ou mais têm pelo menos um dente faltando. “A expectativa é que nossa tecnologia aumente diretamente a expectativa de vida saudável dessas pessoas”, disse o médico.

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