Nesta terça-feira (24), a equipe do “Jornal do Almoço”, da RBS TV, afiliada à TV Globo, teve acesso ao interior da pousada atingida pela queda do avião no centro de Gramado, no Rio Grande do Sul. No vídeo, é possível ver as paredes com marcas de queimado e o mobiliário destruído, além dos destroços após a explosão da aeronave.
De acordo com o repórter Pietro Oliveira, o registro só foi autorizado na presença das equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. O local continua interditado. Um laudo técnico ainda vai deliberar sobre a situação da estrutura do imóvel. “A maior parte do material já foi retirado, o que sobraram foram alguns entulhos, ferros retorcidos que eram da loja de imóveis que também foi atingida“, disse Oliveira.
O vídeo também revelou a situação dos quartos, com travesseiros, cômodas e partes das camas ainda espalhados. “O cheiro ainda é bem forte, ainda tem alguns pertences, como mochilas. O cenário é de destruição mesmo. […] Ainda tem muita fuligem, o cheiro de queimado é bem forte“, comentou o repórter.
Assista:
Equipe da RBS TV acessa local da queda do avião em Gramado pic.twitter.com/9PXkMPEq4K
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) December 24, 2024
Um casal de turistas de São Paulo relatou à RBS TV que precisou fugir pela janela do banheiro da pousada. Carlos Schmitz e Gabriela Laco estava hospedados no térreo e afirmaram que os destroços do bico do avião invadiram o quarto ao lado. “Foi desesperador. No momento, o instinto de sobrevivência fala mais alto, a gente não pensa em nada. Foi o único acesso. Se não fizer isso, a gente vai morrer e na hora você nem pensa muito“, contou Carlos.
Segundo ele, foi preciso quebrar parte da estrutura com as mãos e usar uma cadeira para que ambos conseguissem pular. “Tentei levar para abrir a porta, a porta já estava soterrada. Os escombros já estavam praticamente na altura do batente, a janela do lado também já estava encoberta de entulho“, relatou.
Com a queda, a aeronave atingiu a pousada, uma loja de móveis, uma chaminé e uma casa. O acidente matou 10 pessoas, todas da mesma família, e deixou outras 17, que estavam em solo, feridas. O governo do estado informou que a maior parte precisou de atendimento por ter inalado fumaça. Duas mulheres, de 51 e 56 anos, tiveram mais de 30% do corpo queimado e estão em estado grave.
O avião bimotor decolou do aeroclube de Canela, no Rio Grande do Sul, às 9h10, mas caiu minutos depois no município vizinho. A aeronave tinha como destino Jundiaí, em São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, entre as vítimas do acidente estão o empresário Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos, que era o proprietário do avião e o pilotava no momento da queda, e nove membros de sua família: sua esposa, três filhas, a irmã e o cunhado, dois sobrinhos e a sogra.
A Galeazzi & Associados, empresa da qual Luiz Cláudio Galeazzi era CEO, se pronunciou sobre a tragédia. A companhia lamentou a morte dos passageiros e ressaltou a dedicação de Luiz com a família. Além disso, a nota de falecimento afirmou que a empresa vai se comprometer com as investigações do acidente.
Este não foi o primeiro acidente aéreo na família Galeazzi. Em 2010, Luiz perdeu a mãe, Maria Leonor Salgueiro Galeazzi. Ela morreu na queda de um avião bimotor em Sorocaba, no interior de São Paulo.
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