Brasileira está entre as vítimas de atropelamento que matou 11 pessoas em festival no Canadá

Kira Salim morava há 3 anos no Canadá; morte foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores

Uma brasileira está entre as vítimas do atropelamento, que ocorreu na noite de sábado (26), durante um festival de rua em Vancouver. Segundo a polícia local, 11 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas. Kira Salim era do Rio de Janeiro, tinha 34 anos e morava no Canadá desde 2022.

A morte de Kira foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores. Filha de mãe Argentina e pai gaúcho, Salim morava em Vancouver há três anos com o marido e os animais de estimação, incluindo uma cachorra e cinco gatos. Conforme o portal g1, a família destacou que a brasileira fazia questão de dizer que era uma pessoa trans, não-binária.

Nas redes sociais, dizia que sua missão pessoal era “facilitar e orientar jovens e comunidades marginalizadas para prosperarem em suas vidas“. Salim estudou no Colégio Pedro II e se formou musicista na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), em 2015.

Kira fez mestrado em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e Educação na Universidad Europea del Atlántico Universidad Europea del Atlántico, na Espanha, e possuía registro de conselheira clínica pela Associação de Conselheiros Clínicos da Colúmbia Britânica (BCACC), atuando desde 2024 como conselheira escolar na Fraser River Middle School, em New Westminster.

Kira Salim tinha 34 anos e morava no Canadá desde 2022. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Salim também trabalhou como professora de música de ensino médio, além de adaptar acomodações acadêmicas especiais para estudantes neurodivergentes e estudantes com deficiências. Sem filhos, era defensora da causa animal e direitos humanos, em especial, a causa LGBTQIA+.

O atropelamento aconteceu na noite de sábado (26), em um bairro na zona sul de Vancouver. O homem foi identificado como Kai-Ji Adam Lo, de 30 anos. Ele foi preso e indiciado por homicídio. Segundo o chefe interino da polícia, Steve Rai, Kai-Ji agiu sozinho. “Neste momento, estamos confiantes de que o incidente não foi um ato de terrorismo“, declarou.

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De acordo com Rai, o homem era “conhecido da polícia em certas circunstâncias” e tinha um “histórico significativo de interações com policiais e profissionais de saúde relacionadas à saúde mental“. Ainda foi informado que Kai-Ji teve o irmão assassinado no ano passado, e não tinha antecedentes criminais. “É difícil entender algo tão sem sentido, e eu sei que há dúvidas sobre se esta tragédia poderia ter sido evitada“, declarou o chefe interino.

Além dos 11 mortos, mais de 20 pessoas ficaram feridas. Segundo a TV canadense CBC, a polícia informou que as vítimas tinham entre 5 e 65 anos. O atropelamento aconteceu durante as comemorações do Dia de Lapu-Lapu, evento cultural filipino que presta homenagem ao chefe indígena Lapu-Lapu, considerado herói das Filipinas e símbolo de resistência contra o domínio estrangeiro.

O Canadá possui quase 1 milhão de pessoas de origem filipina, ou seja, cerca de 2,5% da população. O festival reuniu 100 mil pessoas ao longo do sábado, e o atropelamento aconteceu quando o público já começava a dispersar. Nas redes, o prefeito de Vancouver, Ken Sim, lamentou o “momento incrivelmente difícil”. O episódio também ocorreu a dois dias do fim das eleições do país, marcadas para esta segunda-feira (28).

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