O professor de canto Hallan Richard Morais, de 26 anos, foi preso em flagrante na última sexta-feira (25), no distrito de Luzimangues, em Porto Nacional (TO), após ser acusado de oferecer às alunas um chá supostamente preparado com o próprio sêmen. A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) informou que ele está sendo investigado por tentativa de violação sexual mediante fraude.
Duas vítimas procuraram a polícia relatando que Hallan abordava mulheres se apresentando como professor de canto e, antes do início das aulas, oferecia uma bebida alegando que ajudaria a “melhorar o desempenho das cordas vocais”.
“No entanto, o líquido seria o sêmen do próprio autor, fato detectado por uma das vítimas, que logo acionou a polícia”, informou a SSP ao UOL. A secretaria, no entanto, não detalhou onde exatamente as aulas eram realizadas.

Ainda segundo a SSP, Hallan foi detido por policiais militares e levado para a Central de Atendimento à Mulher 24h, em Palmas. Ele foi ouvido e teria confessado o crime. De acordo com a polícia, o homem tem mais cinco vítimas, incluindo uma menor de idade: “[Ele] foi autuado pela prática de tentativa de violação sexual mediante fraude, uma vez que a vítima em questão não chegou a ingerir a substância entregue por ele”.
Durante a prisão, frascos com o líquido foram apreendidos com o suspeito. A polícia solicitou perícia para confirmar se o conteúdo se trata de sêmen. Além disso, um HD e um celular também foram recolhidos para análise, com o objetivo de identificar se há materiais ilícitos ou registros relacionados às vítimas. A Polícia Civil do Tocantins informou que o caso segue em segredo de justiça e que só irá se pronunciar após a conclusão do inquérito.
A Defensoria Pública do Estado assumiu a defesa de Hallan, já que ele não contratou um advogado particular. O órgão, por enquanto, não emitiu nenhuma manifestação sobre as acusações.

No domingo (27), o juiz Willian Trigilio da Silva, do plantão de 1ª instância do Tribunal de Justiça do Tocantins, decretou a prisão preventiva do suspeito. Ele foi transferido para a Unidade Penal de Porto Nacional.
“A liberdade do suspeito se tornou, em tese, um risco concreto às vítimas e coloca em risco a ordem pública, além de considerar que o suspeito é professor de música das ofendidas, não havendo outra solução a não ser a decretação da medida extrema de restrição de sua liberdade. Não se trata, pois, de presumir a culpa, até porque isso não seria possível, mas sim de reconhecer a presença de um risco, razoavelmente fundamentado”, afirmou o magistrado na decisão.
Na ocasião da prisão, Hallan não tinha mandado expedido contra ele. Contudo, a SSP confirmou que o homem também é investigado em outro inquérito instaurado em 2021, também sob sigilo, pela 72ª Delegacia de Polícia de Luzimangues. A imprensa local aponta que essa investigação trata de uma possível acusação de estupro de vulnerável, mas a informação não foi oficialmente confirmada.
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