Marcos Dantas Loureiro, professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se manifestou após fazer um comentário polêmico sobre Vicky, filha de Ana Paula Siebert e Roberto Justus. Após a repercussão do caso, ele afirmou nas redes sociais que usou uma metáfora, e negou qualquer ameaça.
O comentário do docente surgiu como resposta a uma publicação de uma foto da família de Justus, que mostrava a criança, de 5 anos, com uma bolsa de grife avaliada em R$ 14 mil. “Só guilhotina“, escreveu. Segundo Dantas, a expressão foi usada como uma referência simbólica à Revolução Francesa e à desigualdade social, e não teve intenção de incitar violência.
“Uma metáfora tornou-se ameaça de crime. Era para ser, e segue sendo, uma simples metáfora, aliás, volta e meia empregada por alguém no X (ex-Twitter). Uma referência simbólica a um evento dramático, mesmo trágico, que marcou para sempre a história da humanidade: a Revolução Francesa. Qual a causa dessa revolução? Uma realidade de profunda desigualdade social, alimentando o radicalismo politico“, detalhou.
Dantas explicou como a publicação chegou até ele. “Uma imagem, repito, imagem, ‘print’, chegou-me, do jeito aleatório que chega no X, acompanhada de um comentário de pessoa com a qual volta e meia troco mensagens, fazendo referência a outro fato histórico, pelos mesmos motivos – igualmente violento e dramático. Eu, inspirado na famosa frase de Maria Antonieta – ‘se não tem pão, comam biscoitos’ – respondi com a dita metáfora“, pontuou.

O professor enfatizou que “em momento algum” fez uma ameaça a Vicky. Ele também deixou uma mensagem direta ao empresário. “Entendo ser um símbolo dramático que nos alerta a todos da tragédia que se pode seguir a tanta insensibilidade social. Sr. Justus, nem de longe, em momento algum, passou pela minha cabeça fazer qualquer ameaça pessoal ao senhor, sua esposa ou sua filha. Isso seria um absurdo!“, afirmou.
Dantas ainda afirmou que, aos 77 anos, com a vida realizada, não teria motivo para “ressentimentos” ou atitudes hostis. Ele fez referência ao samba “O dia em que o morro descer e não for carnaval”, de Wilson das Naves, como um alerta ao risco de conflitos sociais motivados pela desigualdade.
Por fim, o docente pediu desculpas à família de Justus. “Lembrar aquelas tragédias históricas, pode servir (gostaria que servisse) para alertar a todos quanto a situações que só estimulam, nas mentes mais simplórias, explosões de raiva. Repito: não tive, não tenho, não passou pela minha cabeça ameaçar sua família. Mas se por obra desses incontroláveis fatores próprios da internet, o post chegou a conhecimento e causou-lhe tantas e compreensíveis preocupações, peço sinceramente que me desculpe“, concluiu. Horas depois da declaração, o seu perfil na rede social foi trancado.
Em nota, a UFRJ informou que Dantas está aposentado desde 2022 e que suas publicações são de cunho pessoal. A universidade reforçou que repudia “qualquer tipo de expressão de pensamento que incite à violência ou agrida a terceiros“. “A UFRJ é uma instituição historicamente comprometida com a construção de um projeto de Nação, através do Conhecimento e da Ciência; baseia-se na defesa dos valores humanistas, na educação, na democracia e no diálogo em prol do Brasil“, finalizou.
Pronunciamento de Justus
Ana Paula Siebert e Roberto Justus também se manifestaram sobre a polêmica através de um vídeo nas redes sociais. “Poucas vezes nos posicionamos em virtude de críticas ou comentários desagradáveis. Mas instigar a morte e a violência não é aceitável e não pode se tornar ‘normal’“, afirmaram. A influenciadora destacou: “Se a gente começa a assinar embaixo de que a internet é a terra de ninguém, que todo mundo pode falar o que quiser e escrever o que quiser… Não é assim que funciona“.
Justus também demonstrou indignação com o teor dos ataques, apontando que “um professor de uma universidade federal, depois uma psicóloga e outras pessoas” comentaram de forma violenta sobre a imagem da filha. “O julgamento extrapolou o bom senso. Falaram que tinham que matar a nossa filha com guilhotina“, relatou. Além disso, ele criticou a perseguição a empresários no Brasil.
Assista:
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques⏭️ Roberto Justus e a esposa, Ana Paula Siebert, se pronunciaram publicamente após ataques direcionados à filha do casal, de apenas 5 anos. A menina foi alvo de comentários de ódio, incluindo desejos de m0rte, após aparecer em um vídeo usando uma bolsa de grife pic.twitter.com/Hn7SwoncKJ
— Metrópoles (@Metropoles) July 6, 2025