Tragédia em Lisboa: Consulado confirma brasileiros entre feridos e testemunhas descrevem momentos de terror

16 pessoas morreram no acidente e ao menos 21 ficaram feridas

Dois brasileiros estão entre os feridos do acidente no Elevador da Glória, em Lisboa, segundo o Itamaraty. Um deles já recebeu alta, enquanto uma idosa segue internada. O desastre deixou 16 mortos e mais de 20 feridos.

Dois brasileiros estão entre os feridos no Elevador da Glória, em Lisboa. As informações foram divulgadas pelo Consulado do Brasil em Portugal ao UOL nesta quinta-feira (4). Segundo o Ministério das Relações Exteriores, um dos brasileiros já recebeu alta e uma idosa segue internada. Até o momento, nenhuma das vítimas foi identificada. O Itamaraty afirma que nenhum dos feridos procurou o consulado brasileiro e que todas as informações vieram de autoridades locais.

O desastre, que matou 16 pessoas e deixou ao menos 21 feridas, ocorreu na quarta-feira (3), por volta das 18h, quando o bondinho perdeu o controle e se chocou contra um prédio. O elevador, com mais de 140 anos, ligava a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto, um dos principais pontos turísticos de Lisboa. Um vídeo divulgado mostra o momento da colisão e a correria de pessoas tentando prestar socorro aos feridos.

As vítimas são de pelo menos 11 países diferentes, incluindo Brasil, Coreia do Sul, Suíça, Espanha, França, Alemanha, Itália, Canadá, Marrocos, Cabo Verde e Portugal. Entre os mortos confirmados estão cinco portugueses, dois coreanos e um suíço. Uma família alemã inteira também foi atingida: o pai morreu no local, a mãe está hospitalizada em estado grave e uma criança de três anos sofreu ferimentos leves.

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Segundo a BBC, até agora, dois nomes foram oficialmente divulgados: André Jorge Gonçalves Marques, funcionário da Carris que operava o bonde, e Pedro Manuel Alves Trindade, ex-diretor e árbitro da Federação Portuguesa de Voleibol. A instituição lamentou: “A Federação expressa as mais profundas condolências aos familiares e amigos de Pedro Manuel Alves Trindade”.

O acidente gerou grande comoção internacional. O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa decretou luto oficial. Carlos Moedas, prefeito de Lisboa, declarou: “Lisboa está de luto. É uma tragédia que nunca aconteceu na nossa cidade. O momento é de ação e de ajuda”.

Relato de testemunhas

Segundo relatos, o vagão desceu desgovernado pela ladeira até se chocar com um prédio. Teresa d’Avó, uma das testemunhas, disse que o veículo “bateu num edifício com uma força brutal e desabou como uma caixa de papelão”. Ela afirmou que parecia estar “sem freios”. Abel Esteves, que estava em outro bonde, relatou: “Gritei para a minha esposa: ‘Vamos todos morrer aqui’, porque pensei que o bonde estava descendo em nossa direção”.

A canadense Helen Chow relatou à BBC: “Foi com uma força muito grande, uma coisa impressionante. Não tinha qualquer tipo de freio”. Segundo ela, o som foi como o de uma bomba, seguido por silêncio total. Já a guia turística Marianna Figueiredo disse que viu os corpos quando o teto do bonde foi arrancado. “O que vi é muito difícil de descrever. Foi muito ruim. Uma grande tragédia”, lamentou.

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O sistema do Elevador da Glória funciona com dois bondes interligados por cabos de aço: enquanto um sobe, o outro desce. Especialistas apontam que o acidente pode ter sido causado pelo rompimento de um dos cabos de tração. A manutenção era realizada por uma empresa privada contratada em 2022. Trabalhadores da Carris, no entanto, já haviam alertado sobre falhas no serviço terceirizado.

O Ministério Público português abriu um inquérito, e o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Ferroviários informou que as provas já foram recolhidas. As primeiras conclusões devem ser divulgadas nesta sexta-feira (5).

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