Três pessoas de uma mesma família permanecem internadas em estado grave após consumirem uma planta tóxica conhecida como “falsa couve” durante um almoço em Patrocínio, no Alto Paranaíba, Minas Gerais. A quarta vítima, um idoso, recebeu alta médica nesta quinta-feira (9).
De acordo com a secretária de Saúde de Patrocínio, Luciana Rocha, os três que ainda estão na UTI foram mantidos em coma induzido e intubados após terem sofrido parada cardiorrespiratória na quarta-feira (8). “Um idoso de 67 anos recebeu alta hoje. Ele não precisou ser intubado e passa bem. A mulher de 37 anos e os homens, de 67 e 60 anos, estão em estado gravíssimo, mas estáveis”, disse a secretária ao g1.
Rocha explicou que a retirada do coma induzido dependerá da manutenção da estabilidade clínica dos pacientes: “Tudo depende se eles se manterão estáveis. Somente a partir disso será discutido uma redução da medicação e consequentemente a retirada do coma induzido”. Uma criança de 2 anos também precisou ser hospitalizada, mas apenas para observação, já que não ingeriu a planta.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso, com a principal linha sendo o envenenamento acidental. O vegetal foi colhido na chácara da família e servido refogado durante a refeição. Parte da planta foi encontrada na arcada dentária da mulher e encaminhada, junto de outras folhas, à Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para análise.
A Nicotiana glauca, conhecida como charuteira, tabaco-arbóreo ou “fumo bravo”, é extremamente tóxica e comum em áreas rurais e margens de estrada. A planta contém o alcaloide anabazina, capaz de provocar paralisia muscular e respiratória, podendo levar à morte.
O envenenamento
De acordo com a Polícia Militar, os familiares começaram a passar mal pouco depois do almoço. Por volta das 15h de quarta-feira (8), equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da PM foram acionadas para socorrê-los. Durante o atendimento, todos tiveram parada cardiorrespiratória, mas foram reanimados no local. Em seguida, foram levados em estado grave para a Santa Casa de Patrocínio e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Ainda de acordo com as autoridades, a planta foi retirada perto da cozinha da residência e que, possivelmente, houve um engano na hora de prepará-la. O material recolhido passará por análise para confirmar a espécie e identificar a presença de toxinas.
“Nossa equipe da Vigilância Sanitária atuou imediatamente assim que deram entrada na UPA e na Santa Casa, para que pudéssemos ofertar um cuidado de forma rápida. Infelizmente, eles ainda estão em estado grave”, concluiu a secretária de Saúde do município.
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