Scarlett Johansson reforça apoio a Woody Allen após acusações de abuso sexual: “É importante ter integridade”

Atriz de “Vingadores” ainda deixou as portas abertas para trabalhar com o diretor em futuros projetos

Scarlett Johansson reafirmou seu apoio a Woody Allen após acusações de abuso sexual. A atriz ainda refletiu sobre o impacto da decisão na carreira e ressaltou sua integridade pessoal.

Scarlett Johansson reafirmou seu apoio a Woody Allen, em entrevista ao The Telegraph, no sábado (29), apesar das imputações de abuso sexual. O cineasta foi acusado por sua filha adotiva com Mia Farrow, Dylan, que alegou ter sido molestada por ele quando tinha apenas 7 anos. O diretor, no entanto, sempre negou a história, e foi considerado inocente em duas investigações diferentes.

A estrela de “Vingadores”, então, foi questionada se o apoio a Allen lhe rendeu consequências negativas em sua carreira. “Você nunca sabe exatamente qual será o efeito dominó. Mas minha mãe sempre me incentivou a ser eu mesma, [a perceber] que é importante ter integridade e defender aquilo em que acredito”, afirmou.

Scarlett ainda fez uma reflexão sobre o assunto. “Ao mesmo tempo, acho importante saber quando não é a sua vez. Não quero dizer que você deva se calar. Quero dizer que, às vezes, simplesmente não é a sua hora. E isso é algo que entendi melhor com a maturidade”, completou ela.

A atriz e o diretor já trabalharam juntos nos filmes “Match Point” (2005), “Scoop” (2006) e “Vicky Cristina Barcelona” (2008). Esta, porém, não é a primeira vez que Johansson se posiciona a favor de Allen.

Scarlett Johansson e Woody Allen na divulgação do filme “Vicky Christina Barcelona” em 2008 (Foto: Getty)

Em uma entrevista ao The Hollywood Reporter, em 2019, a intérprete da Viúva Negra disse que acreditava na inocência do cineasta. “Eu adoro o Woody. Acredito nele e trabalharia com ele a qualquer momento. Vejo o Woody sempre que posso e já conversei muito com ele sobre isso. Fui muito direta com ele e ele foi muito direto comigo. Ele mantém sua inocência e eu acredito nele”, declarou.

Anjelica Huston, Alan Alda e Javier Bardem foram outros famosos que expressaram seu apoio a Allen. Ao The Guardian, o ator chegou a comentar que “apontar dedos” não é certo, até que se prove a culpa.

Continua depois da Publicidade

“Apontar o dedo a alguém é muito perigoso, se ainda não foi provado legalmente. Se isso não acontecer, são apenas fofocas”, opinou Bardem. “Tento seguir a lógica, que é: vamos seguir as regras que existem para determinar se alguém é culpado ou inocente. Se o caso for reaberto e for provado que ele é culpado, serei o primeiro a dizer: ‘Que coisa horrível’. Mas até agora, não vi isso acontecer”, acrescentou.

As acusações

A denúncia de violência sexual surgiu na mídia em 1992, durante o processo de separação entre Allen e a atriz Mia Farrow, com quem o cineasta compartilhou a adoção de Dylan e Moses. Eles também têm um filho biológico, Ronan. Na época, Dylan acusou o pai de tê-la violado.

Dylan e Mia Farrow em Nova York em 2016. (Foto: Ben Gabbe/Getty Images)

A investigação teve início em 1992, mas foi considerada “sem indício de suspeita”. A polícia afirmou que a denúncia havia sido motivada pelo envolvimento do cineasta com Soon-Yi, na época com 22 anos, filha adotiva de sua ex-mulher, Mia, com o compositor André Previn. Allen é casado com Soon desde 1997.

Continua depois da Publicidade

Nos anos seguintes, o diretor acusou Dylan de ter sido manipulada pela mãe. Porém, o caso voltou à tona em 2014, quando, já adulta, a filha escreveu uma carta aberta ao The New York Times, detalhando o episódio. Ela também recebeu o apoio de Ronan, que não conversa com Allen até hoje. Moses, por outro lado, reforçou a versão apresentada pelo cineasta.

No mesmo ano, Woody foi inocentado, mas as acusações ressurgiram durante o ápice do movimento feminista #MeToo, que tomou Hollywood em 2017, e resultou na “expulsão” definitiva do diretor da lista dos queridinhos da indústria cinematográfica.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques