MP de São Paulo toma decisão sobre queixa-crime de Juliana Oliveira contra Otávio Mesquita, e ambos se manifestam

Ex-assistente do “The Noite” criticou decisão do Ministério Público após acusação de estupro ser arquivada; Mesquita celebrou desfecho

O Ministério Público de São Paulo arquivou a denúncia feita por Juliana Oliveira contra Otávio Mesquita, envolvendo um episódio ocorrido no “The Noite”. A ex-assistente contestou a decisão, enquanto o apresentador se pronunciou e segue com ação cível relacionada ao caso.

Em março deste ano, Juliana Oliveira, ex-assistente de palco do “The Noite“, acusou o apresentador Otávio Mesquita de estupro. Nesta terça-feira (2), veio à tona que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) arquivou o caso no último dia 12 de novembro. Em nova nota ao Notícias da TV, Juliana comentou a decisão.

Na queixa-crime apresentada ao MP-SP, a defesa da ex-assistente mencionou um episódio do “The Noite” exibido em 25 de abril de 2016, no qual Juliana afirma ter sido vítima de violência sexual. A defesa sustenta que, durante a gravação, o apresentador teria “passado a mão em suas partes íntimas e colocado sua cabeça no meio de suas pernas”.

Apesar de considerar a atitude de Mesquita “reprovável”, a promotoria concluiu que o vídeo não apresenta “elementos suficientes para comprovar violência ou dolo sexual”. A defesa de Juliana recorreu, pedindo a reabertura do caso, porém a Justiça paulista manteve o arquivamento.

Juliana Oliveira denunciou Otávio Mesquita por episódio no “The Noite”, em 2016. (Foto: Reprodução/SBT)

Em nota, os advogados lamentaram a decisão e criticaram a justificativa do MP-SP. “A defesa de Juliana Oliveira deplora o fato de que um vídeo contendo imagens explícitas e reiteradas de agressões sexuais, incluindo confissão expressa do agressor, seja considerado pelo Ministério Público como algo insignificante, irrelevante, banal e insuficiente para dar início à instrução processual penal, instância competente para apuração e julgamento do ocorrido”, pontuou.

Os representantes também reforçaram o recorte racial: “Lamentavelmente não nos surpreende que o Ministério Público paulista considere irrelevante uma cena pública de estupro uma vez que a vítima, uma mulher negra, frequentemente é tratada como mero objeto sexual, sujeita à toda sorte de ultraje, aviltamento e abuso”.

A equipe afirmou ainda que pretende levar o caso adiante: “Estamos seguros de que as instâncias superiores do Poder Judiciário irão apreciar o caso com base nos fatos e provas e que Juliana Oliveira terá oportunidade de ver sua demanda sendo examinada com isenção, equidistância e técnica jurídica e não com base em ideologias raciais e patriarcais”.

A nota conclui: “Juliana Oliveira irá utilizar tudo aquilo que a lei lhe assegura para que seu caso não ingresse na infame galeria de conivência de setores do Ministério Público com o racismo: tão zelosos para condenar negros quanto para arquivar investigações nas quais negros figurem como vítimas conforme reconhecido mais de uma vez pela Corte Interamericana de Direitos Humanos”.

O caso veio à tona em março deste ano. (Foto: Reprodução/Instagram)

Apresentador se pronuncia

Com a repercussão, Otávio Mesquita se manifestou. Em nota enviada ao portal Leo Dias nesta terça-feira (2), ele disse ter recebido com “serenidade e alegria” a confirmação do arquivamento. “Prossigo acreditando na Justiça e me apoiando no amor recebido da minha família e dos meus fãs para seguir com dignidade enfrentando tão difícil sofrimento de ver meu nome exposto a esta grave e difamante acusação. Caso encerrado. Ela perdeu, mas o meu processo contra ela será mantido”, declarou.

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A disputa segue agora na esfera cível. Mesquita move uma ação contra Juliana, pedindo indenização de R$ 50 mil por danos morais. O apresentador reiterou estar “aliviado”, afirmou ser uma pessoa “muito correta” em seus 40 anos de carreira na televisão e agradeceu o apoio de colegas e artistas.

De acordo com o Notícias da TV, a defesa de Juliana foi procurada, mas preferiu não comentar o posicionamento de Mesquita.

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