Miley Cyrus surpreendeu muita gente ao voltar ao mundo da música com um trabalho bem diferente do que ela já tinha feito. Ela deixou sua fase “rebelde” de lado e apresentou o maravilhoso álbum “Younger Now”, lançado há quase um mês. E essa mudança veio, sobretudo, da nova fase na vida da cantora, na qual ela decidiu se dedicar mais a si mesma, a sua família, a seus animais de estimação, aos ritmos que ama, aos projetos pessoais, e ficar longe de polêmicas e controvérsias.
Para entender mais sobre essa “nova Miley”, o hugogloss.com bateu um papo por telefone com a diva, que falou sobre as inspirações para as músicas dessa era; sobre a pressão da indústria fonográfica por números e paradas de sucesso; sobre os projetos de sua carreira atualmente e, claro, sobre os fãs brasileiros e planos de voltar ao Brasil.
Então, dá o play no “Younger Now” e vem conferir nosso papo com essa maravilhosa!
HG: Oi, Miley!
MC: Oi, tudo bem?
HG: Tudo bem e você?
MC: Ótima, bom falar contigo.
HG: Tendo um dia cheio de entrevistas?
MC: Tá tranquilo, vou falar com todo mundo que preciso e falar sobre minha música, então é ótimo.
HG: Legal. O “Younger Now” já foi lançado e é ótimo. Parabéns!
MC: Muito obrigado! Tô muito feliz que as pessoas estejam gostando, acho que era a hora de me reconectar com o fãs que estão acompanhando onde estou na minha vida hoje. Tem sido ótimo, intensificou minha conexão com eles, é maravilhoso compartilhar a música em que estive trabalhando nesse último ano.
HG: Quais foram suas inspirações pra essas músicas novas?
MC: É muito sobre o primeiro verso, que diz “Apesar de não ser quem eu sou, não tenho medo de quem já fui”. Acho que tenho hoje uma nova aceitação de todas essas pessoas que nunca fui, as pessoas que juntas formam quem sou hoje, quem eu ainda vou me tornar. Eu sempre fui uma pessoa que comemora a mudança, a evolução das pessoas, então acho que hoje acima de tudo eu tenho colocado em prática o que eu prego. Simplesmente aceitando, a música fala que ninguém fica igual pra sempre e tenho aceitado isso.
HG: Qual você acha que é a maior diferença entre a Miley do “Bangerz” e a Miley do “Younger Now”?
MC: Acho que a capacidade de ir com calma. Eu estava numa época de descobrir quem eu sou, o que eu quero, o que eu represento. Eu como artista solo, sem vínculo com nada mais. Tentando descobrir quem eu sou, mas indo com calma. E fazendo música, que é o que amo. Meu avô diz que se você ama o que faz, você não trabalha nenhum dia da sua vida. Então nem penso nisso como trabalho. Eu adoro compartilhar música. Então, indo com calma, aproveitar a vida e ser feliz.
HG: Te incomoda as pessoas falando o tempo todo sobre a “nova Miley”?
MC: Acho que as pessoas não me entendem. O que digo é que não se trata de uma nova Miley. Todo mundo tem um novo eu quando tenta mudar e evoluir. Então, acho que me separar de mim mesma não faz nenhum sentido. Não é isso que diz o álbum. O que o álbum diz é, ainda que diga “Apesar de não ser quem eu sou, não tenho medo de quem já fui”, significa que essas pessoas que já fui ainda estão aqui. São parte do que faço hoje, mais do que nunca. Então acho que não entendem o que quero dizer, o que as letras significam.
HG: Você se arrepende de algo da sua época anterior?
MC: Não tem porque, eu nunca olho pra trás, sempre pra frente.
HG: Como você lida com a pressão da indústria da música? Pra vender milhões, pra sempre estar no topo das paradas?
MC: Não me afeta. Não é por isso que faço música. Não faço música pelos números, pra esse ou aquele sistema de classificação. Faço música porque amo, faço porque acredito que tenho algo a dizer, acho que tenho uma conexão com meus fãs, acho que falo com uma geração que é muito importante. Vejo a música como uma forma de arte, não como uma indústria.
HG: Vamos falar do clipe de “Younger Now”. A gente assistiu e achou maravilhoso! De quem foi a ideia?
MC: Eu colaborei com a Diane Martel, que fez muitos dos meus vídeos. Tive essa ideia e ela me ajudou a tornar real. Minha ideia era celebrar o Elvis, que sempre amei. Queria que representasse algo que amo e que nunca mudou, o Elvis Presley. Queria uma homenagem a ele. De certa forma, também quis celebrar a fluidez de gênero, ser masculino e feminino em um só vídeo, aceitando todos os fragmentos de quem já fui, incluindo o meu eu do ‘Younger Now’ como uma marionete, sendo capaz de amar minha versão mais jovem. Foi uma colaboração. Eu li esses dias que, mesmo quando você faz trabalhos solo, tudo que é bem feito é feito em equipe. Então escolhemos todas as pessoas incríveis que fariam parte, até o marionetista, que é incrível, e comandou meu eu mais jovem. Foi um vídeo muito divertido de se fazer, com certeza.
HG: Ficou incrível! Podemos esperar um novo single dessa era?
MC: Eu voltei pro ‘The Voice’ agora, então minha música vai ficar de lado um pouco, vou focar na música dos meus artistas, quero ser a melhor técnica possível no ‘The Voice’, vamos focar no que eles querem fazer com suas músicas. Então agora vou mudar de foco, vou me concentrar no ‘The Voice’.
HG: Essa era outra pergunta que ia te fazer. Além do ‘The Voice’, existem outros projetos na sua carreira? Você tem planos de voltar a atuar no cinema ou na TV?
MC: Nesse momento, acho que preciso me afastar, passar um tempo com a natureza, que eu preciso. Nesse exato momento estou sentada observando cervos brincando, em Nashville. Preciso me reconectar. Eu pego muita energia do que faço, da terra. Preciso muito passar mais tempo na água. Então, nesse momento, quero me reconectar com a terra e buscar novas inspirações.
HG: A última vez que você veio ao Brasil foi em 2014. Quais lembranças você tem daqui?
MC: Faz tanto tempo! Eu sempre me divirto muito. Os fãs são muito intensos, eu adoro isso. Eu saí muito e conheci pessoas incríveis, sai pra dançar, me diverti demais, fiquei na rua até tarde, todo mundo é muito carinhoso. Mas os fãs, os fãs são os mais intensos do mundo. Então é legal demais poder ir, é fenomenal ter a chance de tocar minha música aí. É indescritível.
HG: É verdade que você não tem planos de sair em turnê?
MC: Nesse momento, não [tem planos]. Eu tenho que ter planos e sonhar, claro. Sinto que usei muito da minha inspiração e energia, então preciso de tempo pra recarregar.
HG: Já que não vai ter turnê, podemos te esperar no Brasil em breve?
MC: Não sei se em breve, mas sem dúvida no futuro. É sempre um dos meus primeiros destinos, porque os fãs são incríveis. Não sei dizer quando, mas com certeza vou.
HG: Você lançou seu álbum no mesmo dia que a Demi Lovato e a Shania Twain. Você chegou a ouvir o trabalho delas?
MC: Claro, sou uma grande fã das duas, eu amo a Demi, a conheço há muito tempo, cresci próxima à Shania, as duas fizeram álbuns incríveis e acho importante que as mulheres se apoiem, então é uma honra ter um álbum lançado no mesmo dia que os delas.
HG: Pra encerrar, você pode mandar uma mensagem pros seus fãs no Brasil?
MC: Claro, obrigada a todos meus fãs, ouçam meu novo álbum, espero estar com vocês em breve, é sempre incrível, os fãs são maravilhosos, muito obrigada!
HG: Muito obrigado, Miley. Te amamos!
MC: Obrigada!