Após uma série de quadros de competição gastronômica, exibidos sob o guarda-chuva do “Mais Você”, a Globo finalmente estreia nesta quinta-feira (10), o seu primeiro programa do gênero. Formato original da emissora, “Mestre do Sabor” promete celebrar o talento de grandes chefs e valorizar a culinária brasileira.
O lançamento no prime-time da programação, logo após o principal produto da casa, a novela das 9, é apenas um dos indícios do status de forte aposta da atração. Largada para trás por concorrentes menores que há pelo menos cinco anos já bebem da fonte desse filão com produtos ‘importados’ e exitosos como “MasterChef Brasil” e “Bake Off Brasil”, a Globo quis seguir sua própria receita.
Após seis meses de concepção, planejamento e criação capitaneados por Boninho, chegou-se ao formato desejado – com plateia, degustação às cegas e julgamento ‘humanizado’. A apresentação ficará à cargo de Claude Troisgros, acompanhado de seu braço-direito Batista – que em certas fases da disputa também atuarão como jurados. Os chefs Leo Paixão, Kátia Barbosa e José Avillez assumirão o papel de mestres – equivalente ao posto de “técnico”, no “The Voice”.
Na primeira fase do talent show, chefs profissionais, vindos de diferentes regiões do país, tentam uma das 24 vagas do programa, cozinhando o seu melhor prato para os mestres. A exemplo das famosas audições do formato musical, a degustação sempre será feita sem que os jurados saibam quem cozinhou o quê. A semelhança com o “The Voice” não para por aí e pode agradar muita gente.
Além de uma fase de duelos ‘mata-mata’, o programa culinário ainda permitirá que os mestres formem seus respectivos times. Nesse momento, caso um participante seja escolhido por mais de um jurado, ele próprio poderá decidir em que time deseja ficar, regra à qual o telespectador da Globo também já está acostumado. “O Boninho é um gênio dos realities. Ele aproveitou a expertise para fazer um reality culinário com muita energia, humor, emoção e paixão”, destacou Claude, ao ser questionado sobre as similaridades.
O chef – que já participou de outros talent shows e comandou vários programas de culinária no GNT – disse ter se entusiasmado com o envolvimento da plateia de cerca de 300 pessoas que acompanhará de perto todos os episódios. Algo inédito nos programas do gênero aqui no Brasil. “O que mais me surpreendeu nas gravações foi a interação e a participação da plateia. Como eles se envolveram, torceram e sofreram com a arte culinária, como eles queriam ver, tocar e provar, como cada um deles gritou, chorou, riu junto com a gente. Isso é lindo!”, vibrou.
O querido Batista também tem adorado interagir com o público presente e se disse emocionado com a grandiosidade do projeto, que conta com palco de 700 metros quadrados. “Desde quando cheguei no estúdio e vi o tamanho do cenário, tudo tão bonito, fiquei emocionado. O programa traz produtos de todas as regiões do Brasil, da minha terra, a Paraíba, e acho que com isso o público vai despertar para sabores que não fazem parte do seu dia a dia, mas que estão ali, bem perto”, ressaltou.
Questionada sobre o diferencial de “Mestre”, Kátia Barbosa falou numa “humanização das relações”. “É tudo feito com muito carinho. A gente nunca escolhe, por exemplo, o pior prato. Escolhemos sempre o melhor. Eu tenho muito cuidado para não magoar as pessoas. É o trabalho delas, o que elas fazem para ganhar a vida, é o que elas acreditam. Tenho muito respeito pelo trabalho alheio, pela criação do outro”, explicou a chef carioca.
Segundo o belo-horizontino Leo Paixão, a direção do programa teria feito apenas uma orientação sobre como deveria ser a postura dos jurados. “Eles só nos falaram para avaliarmos de acordo com o que a gente sentia, o que a gente achava. É claro que a gente critica os erros, às vezes se frustra, mas existem formas de falar tudo. Sempre tentamos falar da melhor forma possível e mostrando a melhor parte das coisas”, comentou. “Acho que a escolha dos Mestres foi feita já tendo em conta a nossa maneira de ser“, completou o português José Avillez.
“A minha postura com os participantes é meio de mãe. Meu marido brinca comigo dizendo que eu tenho um instinto maternal infinito (risos). Eu dou umas bronquinhas, mas espero que as pessoas entendam que é uma bronquinha de mãe. Até porque eu sou muito mais amorosa do que brigona”, pontuou Kátia, entregando um pouco de sua persona. Além de lidar com os participantes, os mestres também terão que buscar a harmonia entre si na hora das decisões conjuntas, o que de acordo com Paixão, teria sido fácil.
“Eu, a Katita e o Zé Avillez tivemos uma sintonia maravilhosa! A Kátia já era minha amiga e o Zé era um ídolo que se tornou um grande amigo, uma pessoa que mora no meu coração. A gente sempre batia muito próximo nas avaliações, sempre sentia muito parecido. Na hora de escolher o melhor, a gente nem precisava falar”, revelou ele. “É a comida brasileira festejando a comida brasileira. E, nesse ponto, nós todos temos um pensamento em comum: valorizar os ingredientes brasileiros, as técnicas brasileiras”, justificou Barbosa sobre a sintonia.
Confira a seguir cada uma das seis fases e as principais regras de ‘Mestre do Sabor’:
Prato de entrada – É a fase da peneira, que decidirá quem entra de fato para o elenco da competição, ocupando uma das 24 vagas do reality. Chefs profissionais de todo o Brasil preparam seu melhor prato na cozinha e são avaliados individualmente pelos mestres – José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão. A degustação é feita às cegas, assim como nas demais cinco fases da atração. Sem saber quem é o dono do prato provado, cada um dos jurados decide se o participante merece uma vaga em seu time para seguir na competição. Se mais de um mestre aprovar o candidato, ele é quem escolhe o time em que vai ingressar. Os três times seguem para a próxima fase com oito integrantes cada um.
Na pressão – A fase tem duas etapas. A primeira, o “Menu Confiança”, trata-se uma disputa entre os times. As três equipes cozinham um menu completo, com orientação e ajuda de seus respectivos mestres. Cabe ao apresentador Claude Troisgros avaliar e eleger o melhor menu, livrando o time vencedor da segunda prova. Já na segunda etapa, a “Batalha dos Cucas”, os chefs cozinham individualmente e voltam a ser avaliados pelos mestres José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão. Ao final, os jurados definem os dois participantes que deixam o programa.
Duelos – É a fase dos duelos em “mata-mata”. A cada episódio, duplas são formadas, independente dos times e por escolha dos próprios cozinheiros, para a realização da prova. Dessa vez, os chefs disputam a preferência dos mestres, e o melhor cozinheiro de cada duelo segue no programa.
Na balança – Trata-se de uma fase com duas rodadas de provas individuais. Na primeira, os chefs cozinham um prato, e José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão escolhem, cada um, seu preferido. Os três eleitos são classificados para a semifinal, enquanto os demais cozinham individualmente em mais uma rodada da prova. Os mestres, novamente, elegem os melhores pratos e colocam mais três chefs na semifinal.
Semifinal – A semifinal também acontece em duas partes. Na primeira, os seis chefs cozinham seu melhor prato para Claude, que volta ao papel de avaliador. O apresentador então coloca dois participantes direto na final, enquanto os restantes cozinham em mais uma rodada, dessa vez para os mestres. José, Kátia e Leo elegem outros dois competidores para a grande decisão.
Final – A fase tem duas etapas e define, ao vivo, o grande campeão. O ‘Mestre do Sabor’ leva para casa um prêmio de R$ 250 mil.