A história do personal trainer que flagrou a esposa tendo relações sexuais com um morador de rua, dentro de um carro, em Planaltina, no Distrito Federal, tem rodado o Brasil. Desde então, suspeitas de que Sandra Mara teria sido influenciada por seu estado psicológico já haviam vindo à tona.
Ontem (25), o Correio de Minas divulgou um documento que trouxe detalhes sobre a saúde mental da mulher no dia do episódio, que culminou em agressões do instrutor físico, Eduardo Alves, ao sem-teto Givaldo. No dia seguinte ao flagrante, Sandra foi levada ao Pronto-Atendimento do Hospital Regional de Planaltina (HRPL), pois apresentava alterações comportamentais e quadro delirante. Mais tarde, ela passou por um avaliação psiquiátrica no Hospital de Base, onde foi diagnosticada com bipolaridade em fase maníaco-psicótica.
Após ambas as consultas, ela foi internada em uma ala psiquiátrica e encaminhada ao Hospital Universitário de Brasília. No local, Sandra foi avaliada pelo psiquiatra Mário de Abreu Gonçalves, que assinou o laudo lavrado quase uma semana após o caso, no dia 15 de março. “Trabalhamos com a hipótese diagnóstica de transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica (F31.2 CID-10)”, diz o documento.
A avaliação médica afirma, ainda, que foi iniciado tratamento psicofarmacológico e terapia antirretroviral profilática, com o intuito de evitar a multiplicação do HIV, vírus causador da AIDS. Segundo Gonçalves, foi identificado, também, um quadro de taquipsiquismo (aceleração do ritmo do pensamento), com hipervigília (episódio maníaco), hipertimia (excesso de agitação), comprometimento da crítica e conteúdo delirante.
“Acreditamos que, neste momento, em razão de seu estado psicopatológico, a paciente não é capaz de responder por si, tampouco de exercer vários atos da vida civil, em especial o de assinar documentos e procurações, assim como de celebrar contratos ou contratar serviços de qualquer natureza”, reforçou o profissional.
Segundo informações do veículo, além do diagnóstico do momento do incidente, Sandra teria um histórico de doenças psicológicas. A saúde mental da mulher começou a deteriorar significativamente desde o fim de janeiro, deixando-a em estado de aceleração mental psicótica. “Foram descritas: alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia, falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados”, afirma o laudo.
Entre os comportamentos incomuns de Sandra estavam gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade. “Consta ainda histórico de síndrome depressiva reativa em 2017 e estado de aceleração mais atenuado em 2018, este último marcado por hipertimia com taquipsiquismo e aumento considerável de suas atividades”, concluiu Dr. Mário.
Até o momento, a equipe médica do HUB não deu previsão de alta para Sandra – para isso, será preciso identificarem a melhora clínica da paciente. A família dela foi procurada pelo portal, mas não se pronunciou sobre o conteúdo do documento, tampouco sobre o atual estado de saúde da jovem.