Idosa de 73 anos morre após atendente do SAMU negar atendimento por “informação vaga”; ouça a ligação

Ambulância demorou cerca de duas horas para chegar ao local e constatou o óbito da senhora

Idosa

Uma idosa de 73 anos morreu nesta semana, após ter o atendimento “negado” pelo SAMU, na cidade de Extremoz, no Rio Grande do Norte. A chamada foi feita por uma vizinha, já que na casa de dona Terezinha Ferreira não tinha sinal de celular. A ligação foi gravada e, em certo momento, a atendente se irritou com a falta de informações da moça que fez a ligação. Duas horas depois, quando a ambulância chegou, a senhora já estava sem vida.

Em entrevista ao Balanço Geral da Record TV, Andréia, filha de Terezinha, contou que o primeiro contato foi feito quando a mãe desmaiou. No desespero com a piora da idosa, os vizinhos ligaram mais vezes para a central do serviço de urgência.

Na ligação, a moça falou que dona Terezinha havia desmaiado e estava “sem sentidos”. “Nós estamos com uma vizinha passando mal, eu estou a 100 metros [da casa], estão pedindo socorro pelo WhatsApp”, explicou a vizinha.

No entanto, a atendente respondeu que precisava de mais informações, já que “passar mal é muito vago“. “Que que ela está sentindo? Não tem ninguém lá que possa ligar pra gente? A senhora não pode ir até lá? Porque pra gente liberar o socorro adequado, a gente precisa de mais informações. Passar mal é muito vago”, disse a responsável pelo atendimento.

Dona Terezinha faleceu aos 73 anos. (Foto: Reprodução; Record/ Arquivo Pessoal)
Dona Terezinha faleceu aos 73 anos. (Foto: Reprodução; Record/ Arquivo Pessoal)

Antes da ligação cair, a vizinha ainda tentou explicar que o sinal de telefonia no lugar era ruim e que por isso ela não podia ir até o local. “Senhora, quando a gente vai até o hospital, a gente precisa de uma ficha. Não existe remédio para passar mal. Eu preciso acionar a equipe adequada. A senhora não pode ir até lá se é 100 metros de distância?”, questionou a atendente. “Moça, ela está sem sentido, desmaiada no chão. Só tem rede onde eu estou”, respondeu.

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A funcionária do SAMU ainda insistiu com as perguntas: “Ela estava fazendo o que antes de ficar sem sentido?”. “Meu Deus do céu, eu não sei”, disse a vizinha. “Senhora, para de falar outras coisas e responda apenas o que eu estou lhe perguntando”, solicitou a atendente. A moça que pedia ajuda, desesperada, tentou responder, mas ouviu o sinal de telefone ocupado em seguida. Confira:

Agora, a família de dona Terezinha aponta negligência no caso. “Sei que foi negligência, uma equipe totalmente despreparada, que não sabia me dar sequer uma informação. E que pior, largaram todos os equipamentos de uma das ambulâncias na minha casa e só vieram buscar no dia seguinte. Eu quero justiça, não quero que mais um filho perca uma mãe da maneira que eu perdi. Eu não quero que uma mãe perca um filho passando mal por falta de assistência”, desabafou Andréia.