Prestes a estrear uma temporada da peça “Prazer, Hamlet” no Rio de Janeiro, Rodrigo Simas se abriu sobre sua sexualidade. Em entrevista ao jornal Extra, divulgada neste sábado (4), o ator declarou ser bissexual. Além de comentar o assunto, o artista falou sobre seu relacionamento com Agatha Moreira, e também da experiência de ficar completamente nu no monólogo.
Se na peça a questão da sexualidade vem com uma problemática para o próprio Hamlet, longe dos palcos, Rodrigo se sente à vontade para se abrir sobre sua vida íntima. “Não tenho problema em falar sobre isso. Mas é um tabu a pessoa ter que se rotular, dizer o que é ou não é. Eu sou um cara livre. Acredito na liberdade de escolha, de ser o que a gente quiser”, afirmou ele.
O ator também disse ser parte da comunidade LGBTQIA+. “Eu nunca expus isso, mas sou um homem bissexual. É um rótulo, mas me sinto maduro e tranquilo para falar sobre isso agora”, declarou. Simas ainda confidenciou que já viveu muitos amores ao longo da vida. “Tive várias paixões. Amo quando tem verdade, troca sincera, querer estar junto”, pontuou.
Contudo, Rodrigo não titubeou ao dizer que Agatha é o “amor da sua vida”. “Com toda a certeza! Estamos juntos há quatro anos e meio. Somos um casal bem normal, com altos e baixos. Por sermos muito parecidos, isso nos faz bater de frente, algumas vezes. Porque nos reconhecemos um no outro. O que me irrita nela, e vice-versa, são características que também tenho. Nos espelhamos um no outro”, admitiu.
Ver essa foto no Instagram
O monólogo “Prazer, Hamlet”, uma versão contemporânea para a tragédia de Shakespeare, traz uma cena que deu muito o que falar: o momento em que Rodrigo usa um cinto de castidade e fica nu por alguns instantes. O artista contou como se sente quanto a esse momento de exposição no palco. “A exposição, pra mim, não está ligada exatamente a ficar nu. É uma metáfora importante da peça. O cinto de castidade representa a sexualidade reprimida de Hamlet. Então, a nudez no palco é uma entrega à história”, defendeu.
Rodrigo ainda comentou que não se incomoda com espectadores que tenham ido à peça curiosos pela cena. “Na primeira temporada, em São Paulo, eu acho que teve, sim [quem tenha ido por causa da nudez]. Teve de tudo, uma plateia ‘cult’ e uma mais popular, que não está acostumada a ir ao teatro. Talvez, a nudez tenha motivado. Não me incomoda. Fico até feliz por levar as pessoas ao teatro, de alguma forma. Que elas tenham sido atravessadas pela arte. O nu é muito sútil. Quando eu tiro o cinto, não é explícito, fica sob um jogo de luz”, afirmou.
Escrita e dirigida Ciro Barcelos, “Prazer, Hamlet” estreia hoje (4) no Teatro Glaucio Gill, no Rio de Janeiro, e fica em cartaz por cinco semanas.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques