Acidente em Vinhedo: Gravação de cabine revela como foi última conversa de piloto e copiloto e gritos no avião; assista

As conversas o piloto e o copiloto registradas pelo gravador de voz da cabine foram transcritas

O Jornal Nacional divulgou, nesta quarta-feira (14), as informações do gravador de voz do avião da VOEPASS Linhas Aéreas que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, com 62 pessoas a bordo. O Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) transcreveu as conversas entre o piloto e o copiloto que foram registradas.

Ao todo, são duas horas de transcrição. De acordo com os investigadores ouvidos pela TV Globo, a análise preliminar do material indicou que a aeronave perdeu altitude de maneira repentina. Apesar disso, apenas pela análise do áudio da cabine não foi possível identificar no momento uma causa aparente para a queda.

Ao perceber que o avião estava perdendo a sustentação, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva perguntou ao piloto o que estava acontecendo. Ele, então, disse que era preciso dar potência, uma tentativa de estabilizar a aeronave e impedir a queda, o que não foi possível. Passou apenas um minuto do momento em que a perda de altitude foi percebida até o avião cair no chão, tempo em que a tripulação tentou reagir. Gritos finalizaram a gravação.

Segundo os investigadores, a aeronave tinha as hélices na parte de cima da fuselagem, muito próximas da cabine de comando, o que provocou excesso de barulho e aumentou a dificuldade para compreender os diálogos. Ainda assim, eles declararam que não identificaram sons de alerta característicos, como  da presença de fogo, falha elétrica ou de pane no motor. Assista ao vídeo completo abaixo:

O acidente

O avião com 62 pessoas a bordo, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, no interior de São Paulo. A VOEPASS liberou o nome das vítimas. O acidente envolveu um avião bimotor de passageiros, modelo ATR-72, que havia decolado de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo. A empresa apontou que ainda não se sabe como o acidente ocorreu. Todas as vítimas foram retiradas dos escombros e levados para o Instituto Médico Legal paulista, onde serão identificados.

Assista ao momento da queda:

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A PF utilizou um scanner 3D, uma tecnologia moderna, que acelerou a localização dos corpos. Ao g1, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo, detalhou o processo. Primeiro, foi realizada uma perícia na parte externa da aeronave e, posteriormente, iniciou-se um trabalho “mais meticuloso” de recorte do bimotor para a retirada de partes que estão em locais de difícil acesso.

“A gente considera um documento, aparelho celular, posicionamento na aeronave, tudo isso para colaborar para a identificação. Considerando toda essa coleta de evidências, aí a gente retira o corpo, coloca no carro e leva para o IML de São Paulo para concluir a identificação”, explicou Cristo. Saiba mais detalhes do caso, clicando aqui.

*Texto em atualização

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