Advogados desistem de defender anestesista preso por estuprar grávida no RJ

O escritório de advocacia alegou que estava aguardando para ter acesso às provas do caso antes da decisão

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Os advogados de Giovanni Quintella Bezerra afirmaram nesta terça-feira (12) que não vão mais trabalhar na defesa dele. O médico anestesista foi preso em flagrante por estuprar uma mulher em trabalho de parto, dentro de uma sala de cirurgia, em São João do Meriti, região metropolitana do Rio de Janeiro.

“O Escritório Novais Advogados Associados informa que não possui interesse na contratação dos serviços do caso do Médico anestesista, desejando sorte na defesa com seu futuro patrono”, disseram os advogados, em nota.

Na segunda (11), em comunicado à imprensa, os representantes de Bezerra declararam que apenas se pronunciariam quando tivessem acesso à “totalidade do caso“, com “os depoimentos e elementos de provas”. Agora, entretanto, o escritório optou por recusar o caso.

Giovanni, de 32 anos, foi preso em flagrante na madrugada de segunda-feira (11). Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, cuja pena varia de 8 a 15 anos de reclusão. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu nesta segunda-feira (11) um processo para expulsar Bezerra.

O Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, local onde aconteceu o crime, repudiou em nota a conduta do médico anestesista. “Informamos que será aberta uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas, além de notificação ao Cremerj. A equipe do Hospital da Mulher está prestando todo apoio à vítima e à sua família. Esse comportamento, além de merecer nosso repúdio, constitui-se em crime, que deve ser punido de acordo com a legislação em vigor”, diz o texto.

Giovanni Quintella Bezerra
Giovanni Quintella Bezerra se especializou em anestesia há dois meses (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Outra possível vítima se pronuncia

Uma das possíveis vítimas de Giovanni Quintella Bezerra relatou a sensação de ter sido abusada durante o parto de seu filho. A cesárea da gestante foi feita no dia 6 de julho. A informação foi confirmada pela própria paciente e também por sua mãe, que estava no Hospital da Mulher em São João do Meriti durante o procedimento. As duas foram ouvidas pela polícia nesta segunda (11).

Ela falou: ‘Mãe, acho que tive uma alucinação. Não é possível“, revelou em depoimento a mãe da possível vítima. Segundo a testemunha, a paciente relembrou que, durante todo o procedimento, o anestesista ficou perto de sua cabeça. “(Ela disse): ‘Eu, meio sonolenta, falei pra ele: por que eu tô com tanto sono assim?’. E ele todo o tempo falando: ‘Não, fica calma, relaxa, dorme, fica tranquila’“, detalhou. 

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Às autoridades, a mulher também apontou que a parturiente voltou suja da sala de cirurgia. “Percebi sobre o rosto e sobre o pescoço dela algumas casquinhas secas, brancas. Eu não sabia o que era. Achava que era algum medicamento que tinha entornado“, pontuou. Ela afirmou que a filha retornou inconsciente da cesárea, dormiu o dia inteiro e, mesmo ao acordar, continuava “mole”. A polícia ainda investiga mais dois possíveis estupros que teriam ocorrido apenas no domingo (10).

Polícia coleta material para análise

Além do depoimento das vítimas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro analisará outras provas do caso de Quintella. Os enfermeiros responsáveis por gravar a cena que levou à prisão do médico também recolheram os materiais utilizados pelo anestesista para sedar a vítima e limpá-la após o abuso. “A mesma equipe de enfermagem, que fez um trabalho brilhante, digno de todos os elogios, também recolheu frascos de substâncias que foram ministradas à vítima, possivelmente para que o crime fosse cometido“, informou a delegada Bárbara Lomba ao g1.