Neste domingo (15), Pablo Marçal, candidato pelo PRTB, foi atingido por uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) durante um debate ao vivo entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura. Em um novo áudio obtido pela Folha de S. Paulo, Marçal afirmou que continuaria no debate mesmo após a agressão, antes de decidir abandonar a programação.
A confusão começou após uma série de provocações de Marçal a Datena, culminando na agressão. A transmissão foi interrompida na sequência, mas o áudio revela que a briga continuou nos bastidores do Teatro B32, na Avenida Faria Lima.
O mediador do debate, Leão Serva, tentou acalmar a situação, dirigindo-se a Marçal logo após o ocorrido e perguntando se ele pretendia continuar no programa. Com a expulsão de Datena, Serva anunciou que o “candidato Marçal está se retirando por vontade própria”, mas Marçal prontamente respondeu: “Vontade própria não, fui agredido”.
O candidato do PRTB também reclamou de dores, dizendo: “Acertaram minha costela”. Serva anunciou que o debate sairia do ar até que “os ânimos se acalmassem”. Marçal, por sua vez, reafirmou que queria permanecer para concluir sua participação. “Candidato Marçal, você quer continuar no programa? Então você vai continuar, mas seus ânimos estão acalmados ou não? Tá bom”, questionou Serva.
O mediador insistiu para que Datena se retirasse do palco, mas o apresentador preferia sair ao vivo, quando a transmissão fosse retomada. Serva foi firme e não permitiu: “Não, vai se retirar agora. Candidato Datena, eu tenho que pedir que você se retire do programa porque isso que aconteceu não é possível continuar. […] Eu não posso admitir um candidato que joga a cadeira”.
Por diversas vezes, Marçal foi questionado por Serva sobre sua condição para continuar no debate. A mesma pergunta foi feita aos demais candidatos presentes: Tabata Amaral (PSB), Ricardo Nunes (MDB), Marina Helena (Novo) e Guilherme Boulos (PSOL).
Embora tenha inicialmente dito que continuaria, Marçal mudou de ideia. No áudio, Serva tenta concluir: “Então, o candidato Marçal vai sair também, nós seguimos o…”, mas não completou a frase.
Após o fim da transmissão, assessores de outros candidatos afirmaram que Marçal pretendia continuar no debate, mas decidiu se retirar após conversar com sua equipe. Segundo sua assessoria, o candidato sentia dores no tórax e dificuldade para respirar.
A equipe de Marçal lamentou a perda da oportunidade de exposição, já que o PRTB não tem direito a tempo de propaganda na TV e no rádio. “Essa vitrine, que é o debate, ele perdeu. Ele foi ofendido lá outras vezes sem ter o direito de se defender. Eu quero saber como é que a emissora vai nos ressarcir em relação a isso, se eles vão fazer um novo programa exclusivo com Marçal, se eles vão computar quanto tempo ele ficou sem aquela exposição e vão dar esse tempo a ele… Não sei o que eles vão fazer, mas alguma coisa eles precisam fazer”, declarou Luma Vidal, assessora do candidato, após o incidente. Ouça abaixo:
Vídeos gravados dentro do estúdio mostram que Marçal continuou provocando Datena e se manteve de pé mesmo após a agressão. Ele deixou o teatro caminhando e chegou a entrar em seu carro para ir ao hospital, mas optou por ser levado de ambulância.
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Luma Vidal explicou que a escolha pela ambulância se deu porque Marçal “reclamava de dores na costela e seria mais confortável ir deitado, além de ser mais rápido”. A equipe de Marçal informou que ele sofreu “lesões na costela e na mão”.
Ao sair do hospital, ele tinha o braço direito e um dedo da mão direita imobilizados, além de ter relatado uma “leve fissura” em uma das costelas. Pouco depois, o Hospital Sírio-Libanês divulgou uma nota sobre o estado de saúde do candidato. Leia a nota na íntegra:
“O paciente Pablo Henrique Marçal foi admitido no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo ontem, após traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas. Foi avaliado pelas equipes de clínica médica e de ortopedia e está de alta hospitalar”. Saiba mais aqui.
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