Avô de vítima de ataque em escola do PR pede abraço para repórter, que chora ao vivo; assista

Miro da Silva é avô de Luan Augusto, que morreu após ser atingido por um tiro na cabeça

Ataque Escola

Nesta quarta-feira (21), o avô de Luan Augusto, uma das vítimas do ataque no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, se emocionou durante uma entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no estado. Enquanto conversava com a repórter Kathulin Tanan sobre a morte do adolescente de 16 anos, Miro da Silva pediu um abraço para a jornalista, que atendeu imediatamente.

No relato, o avô descreveu a relação próxima com o neto e a dor da família com a perda trágica e repentina. “Nessas horas não adianta palavras, é um abraço, um abraço forte que fortalece. Eu posso te dar um abraço? Ele não dormia sem dar bênção pro avô com a mãozinha assim, ó: ‘Bença, vô, bença, vó’. Menino do bem demais. A nossa dor é muito grande”, desabafou o idoso.

Miro também lamentou pela família do suspeito, que foi encontrado morto na noite desta terça-feira (20), na Casa de Custódia de Londrina. “Ele não machucou duas famílias, ele machucou a comunidade, o país. A repercussão está tão grande que eu recebo homenagem de pessoas de fora, de vários países que me conhecem, que estão mandando abraço”, disse o avô do estudante, emocionado.

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Kathulin, que conduzia a matéria, não segurou as lágrimas e se desculpou com o público. “A gente quebra protocolos porque o jornalismo é a verdade das coisas que estão acontecendo, então eu peço desculpas porque eu também me emociono. Desde que tudo isso aconteceu, toda a família, mesmo com tanta dor, tem conversado com a gente. Tem trazido a situação que eles estão enfrentando com muita educação. Agradeço o senhor por esse abraço e digo que foi em nome de toda a equipe”, afirmou a jornalista. Assista ao momento:

O ataque

O autor do ataque, de 21 anos, era ex-aluno da instituição e utilizou um revólver calibre 38. Ele teve acesso à escola, dizendo que iria até a direção para solicitar documentos. Segundo o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Amarantino Ribeiro, o rapaz fez pelo menos 16 disparos dentro do colégio. Durante o ataque, ele matou o casal Luan Augusto, de 16 anos, e Karoline Verri Alves, de 17.

O homem foi imediatamente detido pelas autoridades e as câmeras de vigilância da instituição de ensino foram recolhidas pelos agentes. Em depoimento, o suspeito afirmou que escolheu as vítimas “aleatoriamente” e que não tinha qualquer vínculo com os adolescentes. Ele também teria dito que seu objetivo era matar o maior número de pessoas na escola e depois tirar a própria vida.

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Além do autor do crime, a polícia do Paraná prendeu outro homem de 21 anos e apreendeu um adolescente de 13 anos, suspeitos de envolvimento no ataque. As autoridades não deram detalhes sobre a prisão, nem onde ela ocorreu, mas é possível que os dois tenham auxiliado no planejamento do episódio. As autoridades não descartam novas prisões ao longo das investigações.

Alunos baleados em escola no Paraná eram namorados. (Foto: Arquivo Pessoal)

Após o atentado, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias. As aulas na cidade foram suspensas por tempo indeterminado. “Fiquei satisfeito com o trabalho que a polícia está realizando nesse caso. Eles pediram pra esperar a conclusão do inquérito para dar uma garantia da segurança”, explicou o prefeito da cidade, Conrado Scheller. Em reunião, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, garantiu que vai reforçar a segurança de colégios estaduais com novos policiais militares (aproximadamente 3 mil agentes).

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Ataques em escolas

Em março, um adolescente de 13 anos esfaqueou seis pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo, e provocou a morte de uma professora. Já em abril, um homem de 25 anos matou quatro crianças com uma machadinha em uma creche de Santa Catarina.

Somente em 2022 e 2023, o Brasil teve seis ataques com mortes nas escolas. Ao todo, 53 pessoas foram assassinadas em atentados em instituições de ensino desde 2011, sendo 7 somente no último ano. Segundo dados do governo federal, 225 pessoas já foram presas por ameaças a escolas.

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