Boliviana de 19 anos é resgatada após ser mantida em condição de escravidão em condomínio de luxo de SP; polícia investiga o caso

As autoridades resgataram a jovem nesta quinta (20) na Zona Sul da capital

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Uma boliviana de 19 anos foi resgatada pela Polícia Militar, nesta quinta-feira (20), após ser mantida em condições análogas à escravidão em um condomínio de luxo no Panamby, Zona Sul da capital paulista. O caso foi denunciado pelo Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos, e a Polícia Civil abrirá investigação, segundo a TV Globo.

De acordo com o sindicato, a mulher estava em cárcere privado, sem acesso a alimentação adequada e recebeu apenas R$ 2 mil por seis meses de trabalho na cidade. A vítima não podia usar celular, manter contato com a família e não tinha acesso livre à água.

“A gente encontrou ela, e ela não tinha comido nada. Ela não podia sair de casa. Só podia sair se fosse com a criança, isso no condomínio, ou buscar e trazer da escola. Aí eu perguntei se os pais dela sabiam disso. Ela falou que não tinha acesso ao celular. Você percebe, vê na fala dela o medo. Ela estava com medo até da gente. Ela tem 19 anos e está totalmente traumatizada”, relatou Janaina Souza, presidente do Sindoméstica, à TV Globo.

O caso está sendo investigado pelas autoridades . (Foto: Reprodução / TV Globo)
O caso está sendo investigado pelas autoridades . (Foto: Reprodução / TV Globo)

De acordo com a denúncia, em algumas situações, a jovem conseguiu se alimentar com a ajuda de outras babás que trabalham no condomínio. “As meninas do condomínio, as próprias profissionais, babás que trabalham no condomínio, estavam a ajudando. Foi através dessas pessoas que chegou em mim”, contou a babá Marina Sena.

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A Federação Domésticas informou que a mulher chegou ao Brasil há seis meses. A denúncia aponta que a mãe da patroa teria convencido a jovem a vir para o país com o objetivo de trabalhar. Segundo o UOL, a empregadora é médica. Quando a Polícia Militar chegou ao local, o casal que reside no apartamento não foi encontrado, conforme informado pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). A ocorrência foi registrada no 89º DP como situação análoga à escravidão.

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