Nesta quinta-feira (16), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o Brasil atingiu o recorde de divórcios em 2021. Segundo os dados que fazem parte das Estatísticas do Registro Civil, foram mais de 380 mil pedidos, recorde da série histórica que é realizada desde a década de 80. O indicador considera tanto os divórcios judiciais concedidos em 1ª instância ou aqueles por escrituras extrajudiciais.
“Tínhamos 10 divórcios para cada 30 casamentos, e agora essa média é 10 a cada 24”, explicou Klívia Brayner de Oliveira, gerente da Pesquisa de Registro Civil do IBGE, ao UOL. Em 2020, ano em que começou a pandemia de Covid-19, cerca de 331 mil casais se separaram, 16,8% a menos do número registrado no ano seguinte.
De acordo com a análise, em 2021, 48,8% daqueles que pediram o divórcio tinham menos de 10 anos de casamento. Apenas 26% mantinham uma união de 20 ou mais, e 24,9% de 10 a 19 anos. Em 2010, a porcentagem de quem se separava com menos de uma década de casamento era bem menor: 37,4%. O restante, de 10 a 19 anos, era de 26,6% e 36,0% de 20 ou mais.
As cinco regiões do país acompanharam o aumento no número de divórcios. Porém, Nordeste e Sudeste se destacaram, dominando o quadro. “As regiões Nordeste e Sudeste apresentaram a maior variação, com aumento dos divórcios entre 2020 e 2021, de 25,5% e 16,3%, respectivamente”, constatou o IBGE.
O instituto de pesquisa ainda expôs uma tendência de redução na duração dos casamentos. Em 2010, o tempo médio entre a data do casamento e a data da escritura do divórcio era em torno de 16 anos. Em 2021, o tempo médio caiu para 13,6 anos.
Mais de 55% dos casais que se separaram em 2021 tinham filhos menores de 18 anos. Em 88,7% desses casos, a guarda dos menores ficou com a mulher ou foi compartilhada entre os dois envolvidos. “Em 2014, a proporção de guarda compartilhada entre os pais com filhos menores era de 7,5%. Em 2021, essa modalidade passou a representar 34,5%”, apontou o instituto.
Apesar deste cenário, pela primeira vez em seis anos, o número de casamentos civis também cresceu em 2021. Foram mais de 932 mil matrimônios contabilizados, o que representou um aumento de 23% em relação a 2020. A pesquisa ainda mostra que o país registrou o maior decréscimo de casamentos entre 2019 e 2020, por conta da pandemia de Covid-19. No entanto, o número voltou a crescer a partir do segundo semestre de 2020, devido à flexibilização de protocolos sanitários.
“Em 2021, o número de casamentos não superou a média dos cinco anos [2015 a 2019] anteriores à pandemia, mas deu indícios de que as cerimônias matrimoniais voltaram a acontecer com mais frequência em razão das campanhas de vacinação e da flexibilização das medidas para contenção da covid-19″, destacou o órgão federal.
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