Neide da Silva Heiniger, brasileira que se mudou para a Suíça para ficar perto da filha adolescente, foi condenada a quatro meses de prisão em regime fechado por sequestro qualificado e privação de liberdade, pela Justiça do país. A jovem havia sido repatriada pela Convenção de Haia. As informações são do UOL, desta sexta-feira (20).
Neide criou uma vaquinha online, buscando pagar a assistência jurídica para recorrer da sentença, que saiu na última semana. A filha de Neide nasceu na Suíça e, com 7 anos de idade, viajou com a mãe para São Luís, no Maranhão; as duas não retornaram ao país. A mulher, que estava separada do pai da filha, acusa o suíço de violência doméstica e sexual.
O pai da jovem, que nega as acusações de Neide, acionou a Convenção de Haia e, em 2022, a criança foi repatriada, aos 12 anos. O acordo, do qual o Brasil faz parte desde 1999, prevê o retorno imediato de crianças retiradas ilegalmente, ou seja, sem a autorização de um dos genitores, dos países onde moravam.
Neide contou que, no momento do embarque para a Suíça, a filha se recusava a se separar dela e, para conseguir viajar, precisou ser dopada. Logo depois, apesar do risco de ser presa, ela se mudou para o país, na cidade de Interlaken, onde a temperatura fica abaixo de zero no inverno. Lá, ela vive em um estúdio sem aquecimento. Ela não domina o idioma local, alemão, e vive com a ajuda de custo do governo suíço, de 900 francos mensais (cerca de R$ 5.800, na cotação atual).
Por um ano, Neide visitava a filha a cada 15 dias, por duas horas, monitorada por uma assistente social. Entretanto, após a vitória do pai da jovem na Justiça, há 11 meses, as visitas estão suspensas.
O GAMBE, Grupo de Apoio a Mulheres Brasileiras no Exterior, enviou um ofício para o Ministério das Mulheres e para o Ministério das Relações Exteriores, pedindo apoio à causa de Neide.
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