Brigadeirão envenenado: Mãe revela o que suspeita disse após assassinato de empresário e expõe motivação

Carla Cathermol e Marino Bastos afirmaram que Júlia Pimenta tinha medo dos “poderes mágicos” de Suyany

Carla Cathermol declarou à polícia que sua filha, Júlia Andrade Pimenta Cathermol, disse ter feito “uma besteira obrigada por Suyany (Breschak). A moça foi presa por suspeita de matar o namorado, o empresário Luiz Marcelo Ormond, com um brigadeirão envenenado. Suyany, por sua vez, afirma ter R$ 600 mil a receber de Júlia por “trabalhos espirituais de limpeza”, segundo o g1.

O site teve acesso aos depoimentos de Carla e de Marino Bastos Leandro, padrasto da suspeita. Eles foram conduzidos para a 25ª DP (Engenho Novo) depois que não compareceram espontaneamente para prestar esclarecimentos sobre o caso. Já uma nota da defesa de Júlia, divulgada nesta quarta-feira (5), trouxe “um olhar mais apurado na questão da religiosidade”, citando indiretamente Breschak, mais conhecida como “cigana”.

O que diz Carla

Carla chegou à delegacia com objetos pessoais para a filha, como pasta e escova de dente. Júlia passou a madrugada na distrital após se entregar, na noite de terça-feira (4), e aguardava transferência para o sistema penitenciário. De acordo com a mãe, ela e Marino estiveram na casa da jovem no dia 27 de maio e perceberam “que a filha estava bastante aflita e abatida”.

Ela acrescentou que Júlia “jamais verbalizou que havia matado alguém”, mas repetia que “tinha feito uma besteira”. A Sra. Cathermol, então, decidiu levá-la para Maricá, onde mora. Lá, a suspeita teria afirmado que “estava sob forte ameaça de Suyany há muito tempo”, e que tomou a atitude obrigada pela cigana.

A psicóloga supostamente confessou à mãe acreditar que Suyany iria matar a família toda “por meio de feitiçarias”. Ainda no depoimento, Carla confirmou que a filha admitiu ter entregado os bens de Luiz Marcelo para Breschak, também a mando dela. A mãe declarou à polícia que realmente acredita que Júlia temia “os poderes mágicos de Suyany”.

Suyany Breschak e Júlia Cathermol estão presas pelo crime. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

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O que diz o padrasto

Às autoridades, Marino Bastos informou que Júlia Pimenta disse para a família ter sido induzida por uma “feiticeira” a fazer uma besteira. Assim como Carla, ele relatou que a enteada fez o que lhe foi pedido, pois a cigana afirmou que mataria todos por meio de um feitiço.

Conforme o padrasto, ele questionou se a suspeita acreditava nesses assuntos. Bastos pontou que, até o momento, não sabia o que Júlia tinha feito. Ele acrescentou que, a todo momento, a enteada falava que “tinha feito uma besteira e ia pagar pelo que fez”. “Eu acabei com a minha vida!“, exprimia a moça, constantemente.

Júlia estava foragida desde o dia 22 de maio, e chegou a se esconder na casa da família, em Maricá. Marino, que é policial civil aposentado, declarou ter tentado fazer com que ela se entregasse, mas a esposa foi contra e estava abalada com a situação. No dia 31, Júlia deixou a residência e foi para um lugar que eles não sabiam onde era. Carla chegou a dar para a filha R$ 400.

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Depois do ocorrido, a família não teve mais notícias da mulher até ela se entregar. O padrasto também disse que pagava um curso de pós-graduação de Júlia e que emprestava dinheiro a ela algumas vezes. Segundo Bastos, há um mês, a suspeita propôs que ele a emprestasse R$ 100 mil para investimento em um fundo e que, inclusive, lhe mostrou uma planilha. Ele contou que não tinha toda a quantia, mas acabou transferindo R$ 60 mil para ela.

Ao abordar o envolvimento com Suyany, Júlia confessou ter dado todo o dinheiro para ela. “Júlia, como você pode fazer uma coisa dessas comigo?”, teria questionado Marino, ao que a enteada ficou calada. Por fim, o marido de Carla destacou que considerava a psicóloga como sua própria filha. A cigana foi apontada pela polícia como a mandante do crime.

Luiz Marcelo apareceu carregando brigadeirão que supostamente tirou sua vida. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Defesa de Júlia se pronuncia

Hortência Menezes, que representa Júlia Andrade Pimenta Cathermol no caso, pediu “um olhar mais apurado na questão da religiosidade” em um novo documento. “Uma das partes envolvidas é uma orientadora e conselheira espiritual de uma determinada denominação religiosa. Precisamos entender como foram os 11 anos existentes dessa relação, de aconselhamento e de orientação ‘religiosa’ existente com minha cliente, fundamentada na monetização financeira e no medo”, salientou.

“Esperamos também encontrar respostas nas provas técnicas que serão produzidas com a quebra dos dados telemáticos, telefônicos e do sigilo bancário dos envolvidos, inclusive da vítima”, concluiu o texto.

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