Brigadeirão envenenado: Suspeita do crime enviou carta para outro namorado em que alega ameaça de morte e lavagem cerebral

A cigana Suyany Breschak é apontada pela investigação como a mentora do assassinato

A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, presa por suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond com um brigadeirão envenenado, enviou uma carta para um outro namorado dela, um advogado de 31 anos. De acordo com informações divulgadas pelo UOL nesta sexta-feira (7), o homem falou para a Polícia Civil na última segunda-feira (3) sobre o documento que foi escrito à mão quando Júlia já era procurada.

Ele contou que o conteúdo foi encaminhado pelo WhatsApp da mãe dela. O advogado só soube da traição ao ver notícias sobre o crime pela TV. “Eu sei que você está p… comigo, se sente traído e enganado, e eu entendo. Mas queria que entendesse que eu estava sendo coagida (…). Eu sei que não ameniza, mas tudo o que está acontecendo foi porque fui fraca mentalmente, sofri uma lavagem cerebral e fui ameaçada de morte. Então, eu surtei (…). Eu preciso muito do seu amor, do seu apoio e do seu perdão”, afirmou ela no texto.

Para a polícia, a suspeita se refere à “conselheira espiritual” Suyany Brechak quando fala sobre lavagem cerebral e ameaça de morte. A mulher que se identificou em depoimento como “cigana” e disse que a psicóloga devia R$ 600 mil a ela. Suyany foi presa na semana passada, em Cabo Frio (RJ), como suspeita de ser a mentora do crime.

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Júlia ainda justificou o beijo que deu na vítima e foi registrado pela câmera de segurança do prédio que morava. “Aquele beijo foi fingido e não passou disso, até porque ele estava sempre dopado”, explicou. “Você acha mesmo que eu estava sã? Esses dias eu estou em surto, me machuco, me recuso a comer, só choro (…). Por que não pode ao menos pensar em me dar uma segunda chance?”, questionou ela.

Na carta, ela também citou os planos do casal de viajar para o Chile. “Me ajuda a enfrentar isso tudo, fica do meu lado”, pediu. Júlia também disse que viu que o advogado apagou as fotos dos dois juntos do Instagram. Segundo a suspeita, mesmo que ele já tenha tomado a decisão diante do ocorrido, ela relembrou as mensagens enviadas pelo namorado em que ele falava que ela era a vida dele e que gostaria de viver com ela. A psicóloga ainda pediu a piedade dele.

“Eu também quero, quero nossa casa, nosso filho. Eu só preciso passar por isso primeiro. Te imploro mais uma vez para não me abandonar quando eu mais preciso. Sairemos mais forte disso. Me apoia, por favor. Sem você, eu não vou aguentar. É muito pesado. Você me equilibra. Eu sinto muito por tudo isso. Há poucos dias que a minha mente foi liberta”, escreveu ela.

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“Preciso do seu amor. É claro que você confia menos em mim agora. Mas isso eu reconquisto”, desabafou. Júlia declarou que tem medo que o advogado olhe diferente para ela após o caso e concluiu com a declaração de que sempre levará o homem com ela. “Eu sei que, no fundo, você quer me perdoar. Preciso que você cuide de mim e eu cuidarei pra sempre de você. Seu abraço curaria muita coisa agora”, falou. Júlia garantiu que aguarda o retorno do outro namorado “por carta ou por códigos”.

O caso

Em 20 de maio, os vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento de Júlia Pimenta e Luiz Marcelo, no Engenho Novo, e chamaram os bombeiros. O empresário foi encontrado, sem vida, no sofá de casa. Seu corpo já estava em estado avançado de decomposição. A perícia revelou que ele teria falecido entre três a seis dias antes da descoberta. A teoria é que a vítima ingeriu um brigadeirão envenenado feito pela companheira, com um medicamento à base de morfina. Clique aqui para saber tudo.

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