Um dentista e a namorada dele, perseguidos por uma mulher que foi presa em Itajaí, Santa Catarina, nesta semana, divulgaram prints de ameaças da suspeita e ainda mostraram diversos e-mails que ela enviava ao homem com quem acreditava ter um relacionamento. Em um post, feito no perfil do casal no Instagram, eles compartilharam parte do que enfrentaram nos últimos anos.
As vítimas Felipe Cordeiro e Bruna Mascarello relataram que perderam a liberdade, a segurança, e ainda tiveram familiares e amigos perturbados pela mulher. O drama teve início em 2019, quando a stalker fez um tratamento odontológico com o profissional, em Itapema. Desde então, ela iniciou uma perseguição que se intensificou nos últimos meses.
“Recebemos ofensas quase que diariamente, por anos. Amigos e familiares próximos também foram importunados. Só agora, com a decisão favorável da Justiça, isso veio à tona“, afirmaram.
Eles contam que, inicialmente, as mensagens eram fantasiosas, com a mulher acreditando que mantinha um relacionamento com Felipe. No entanto, o comportamento obsessivo se intensificou e se transformou em ameaças reais e constantes. “Felipe passou muito tempo sendo perseguido com e-mails fantasiosos e ilusórios, mas quando chegou ao ponto destes e-mails virarem ameaças e mais ainda.. Atingirem mais pessoas, não podemos nos calar!“, explicaram.
O casal ainda relata que a mulher passou a frequentar os lugares onde costumavam ir, incluindo o ambiente de trabalho, e chegou a invadir a residência deles após descobrir o endereço. Além disso, eles foram alvo de um intenso bombardeio de e-mails, telefonemas e mensagens no WhatsApp, juntamente com declarações públicas que continham ameaças e injúrias. Nos prints, é possível ver os inúmeros textos enviados pela suspeita a Felipe.
“Passamos a viver um inferno, uma vida restrita, sempre com cautela. Temos cuidado no trabalho e sempre com orientação para as pessoas próximas a nós estarem cientes das ameaças. Afinal, ninguém quer cruzar com a pessoa que diz que vai te matar e já comprou o estilete“, continuaram.
Segundo informações que constam no processo de indenização movido contra a suspeita, em 2023 e 2024, ela invadiu o prédio onde o dentista e a namorada residem ao menos duas vezes.
Felipe e Bruna também afirmaram que não se veem como vítimas, mas como pessoas forçadas a se expor devido aos danos causados pelo uso irresponsável das redes sociais. O texto foi concluído com um apelo por justiça e a constatação de que situações como essa não são exclusivas da ficção: “Por fim, esperamos que a justiça seja feita para que possamos encontrar a paz novamente! E vocês achando que essas histórias aconteciam só na Netflix…“.
A jovem foi presa nesta segunda-feira (3) e responderá por crime de perseguição, injúria e ameaça.
A lei que inclui o crime de perseguição – também conhecido como “stalking” – no Código Penal é recente e foi sancionada apenas em 2021. O crime é caracterizado pela intenção de perseguir uma pessoa de maneira constante, ameaçando sua integridade física ou psicológica, restringindo sua capacidade de deslocamento e perturbando a liberdade ou privacidade do alvo. A pena para o “stalker” varia de seis meses a dois anos de prisão, além de multa.
Veja o relato das vítimas na íntegra:
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