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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu o arquivamento do inquérito que investigava a possível participação de Benjamin Cordeiro Herdy, viúvo de Anic Herdy, na morte da esposa, ocorrida em fevereiro de 2024. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o caso.
Lourival Fadiga, réu e assassino confesso, afirmou em setembro que o crime teria sido encomendado por Benjamin. No entanto, os promotores chegaram à conclusão que não há evidências que vinculem o empresário ao homicídio, segundo o g1.
“Com o objetivo de averiguar a veracidade dessa afirmação, foram realizadas diligências exaustivas, incluindo quebra de sigilo de dados, análise de registros telefônicos, perícia em câmeras de segurança e rastreamento de movimentações financeiras. Todavia, todas as provas colhidas afastaram qualquer indício concreto da participação de Benjamin Herdy no crime”, afirmou o MPRJ.
O corpo de Anic foi encontrado em setembro de 2024, na Região Serrana do Rio. Lourival confessou ser o responsável pelo homicídio e pela ocultação do corpo.
Além de Lourival, seus filhos, Henrique e Maria Luíza, e a amante Rebecca são réus no caso. Eles foram inicialmente denunciados em maio por extorsão mediante sequestro, e, em novembro, a denúncia foi ampliada pelo MPRJ, que os acusou de homicídio triplamente qualificado.

Relembre o caso
Anic de Almeida Peixoto Herdy, advogada e esposa de um herdeiro de uma grande fortuna no Rio de Janeiro, foi vista pela última vez em 29 de fevereiro, por volta das 11h08, dentro de um carro preto no estacionamento de um shopping em Petrópolis. Imagens de câmeras de segurança mostram a mulher caminhando por um corredor em direção à saída do local. Já do lado de fora, ela seguiu por uma calçada e atravessou a rua. Essas foram as últimas imagens registradas de Anic.
No dia em que Anic desapareceu, seu marido, Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, recebeu uma mensagem informando que ela havia sido sequestrada e seria libertada somente após o pagamento de um resgate de R$ 4,6 milhões. Benjamin é herdeiro de um grupo que gerenciou universidades no Rio de Janeiro. O valor foi pago, mas a advogada não apareceu.

Durante a investigação, a polícia descobriu que Lourival Fadica, que se passou por policial e conseguiu se infiltrar na família de Anic por três anos, auxiliou Benjamin nas negociações com os supostos sequestradores, e ficou responsável por entregar o dinheiro do resgate. No entanto, pouco mais de uma hora após o pagamento, Benjamin recebeu uma mensagem de texto, aparentemente escrita por Anic, que trouxe uma “reviravolta”. No conteúdo, ela teria revelado que o sequestro era, na verdade, uma farsa para encobrir sua fuga com um amante.
Dois dias depois, uma nova mensagem, supostamente de Anic e enviada aos filhos do casal, afirmava que a advogada havia deixado o Brasil com outra pessoa, com quem planejava passar o resto da vida. Desconfiada, a filha da empresária procurou a polícia para denunciar o caso, 14 dias após o suposto sequestro. A partir desse momento, a 105ª DP (Petrópolis) teve acesso aos celulares de todos os envolvidos, incluindo o histórico de localização de cada um, e iniciou o monitoramento de Lourival, que atuava como “faz-tudo” e segurança da família Herdy.

Dias depois, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que Lourival, preso e acusado de extorsão mediante sequestro de Anic, era amante da vítima e a teria atraído para um encontro. O órgão público descreve que Lourival, “detentor de uma personalidade galanteadora, possuía relacionamento amoroso com várias mulheres, dentre elas, a advogada”.
De acordo com os promotores do caso, ele usou o affair com a advogada como pretexto para atraí-la até um encontro na rua Teresa: “Quando, então, a sequestrou e passou a exigir do marido o preço do resgate”. O corpo da vítima foi encontrado, em avançado estado de decomposição, na garagem da casa de Lourival em Teresópolis, após ele confessar o crime.
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