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Três anos após o desaparecimento de Davi Lima da Silva, moradores de Itiúba, no norte da Bahia, voltaram às ruas, desta vez para protestar contra a conclusão do inquérito que investigou a morte do menino. Na tarde desta sexta-feira (21), familiares e amigos caminharam pelas ruas da cidade até o Fórum local, questionando o desfecho apresentado pela Polícia Civil, que apontou morte acidental.
Davi, que tinha 12 anos, desapareceu em março de 2021, enquanto passava férias na casa da avó, na zona rural do município. Durante anos, não houve nenhum avanço concreto nas investigações, até que, em novembro de 2024, uma ossada foi localizada por vaqueiros em uma região de mata de difícil acesso. Em janeiro de 2025, exames confirmaram que os restos mortais eram do menino.
No último dia 14, a Polícia Civil concluiu o inquérito e encaminhou o relatório ao Ministério Público da Bahia. A versão oficial afirma que Davi teria se perdido e morrido por causas naturais ou acidentais, não havendo indícios de crime. A mãe do garoto, Lilia Lima, rejeita essa hipótese e voltou a se manifestar publicamente. “Meu filho não se perdeu na mata, meu filho teve o apoio de todos os meios possíveis da população, do Corpo de Bombeiros, dos cães, helicópteros, caçadores profissionais… a população toda se reuniu para procurar e várias pessoas que eu conversei, pessoas foram nesse local onde foram encontrados os restos mortais dele e não encontraram nada”, disse ela ao g1.
Para Lilia, a localização dos vestígios levanta dúvidas. “Eu tenho certeza que aconteceu um crime e depois esconderam o corpo lá. Era algo que não estava ali, que foi colocado ali”, afirmou. Ela também contesta a ideia de que o filho conseguiria caminhar descalço na região. “Como é que o meu filho iria conseguir andar descalço em lugar cheio de caatinga? Aqui é seco, é nordeste, é espinho, não é mata fechada. Um adulto não consegue andar nem dois metros sem se machucar e deixar sangue, então é impossível meu filho ter chegado nesse local sozinho”, questionou.

O delegado Atílio Tércio, que coordenou a investigação, declarou que não há elementos que sustentem a hipótese de homicídio ou sequestro. Segundo ele, o local onde os ossos foram encontrados é de difícil acesso e não é usado nem para criação de animais. Ele ainda sugeriu que a ossada pode ter sido levada por uma enxurrada.
Agora, com o inquérito encerrado, cabe ao MP-BA avaliar se as investigações devem ser aprofundadas ou se o caso será arquivado. Não há prazo definido para essa decisão. Recentemente, os pais da Davi deram outras declarações sobre o ocorrido. Relembre, clicando aqui.
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