Eliandro Bastos, acusado de matar o empresário Kerli Fabrício, seu patrão, durante a confraternização de fim de ano da empresa em Cláudio (MG), foi absolvido em 1ª instância pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A decisão foi tomada em setembro e está sob segredo de justiça. O caso ocorreu em dezembro de 2024, e a reviravolta veio à tona nesta sexta (5), em reportagem do g1.
A absolvição de Eliandro se deu após análise das provas reunidas pela investigação. De acordo com o advogado Pedro Henrique Oliveira Bispo dos Santos, tanto o Ministério Público quanto a defesa se posicionaram pela absolvição, e o juiz concluiu que o funcionário teria agido em legítima defesa. “A defesa acredita na inocência e na verdade dos fatos expostos no processo, bem como que a justiça da absolvição será mantida em 2ª instância”, afirmou o advogado ao portal.
Eliandro está em liberdade desde 31 de dezembro de 2024, quando deixou o Presídio Floramar, em Divinópolis, após receber alvará de soltura. A sentença permanece sob sigilo, e o advogado diz não poder detalhar seu conteúdo, apesar de acreditar que o entendimento será mantido.
Já a família de Kerli, representada pelo advogado Gabriel Melo Vieira, aguarda um novo julgamento. Ele afirmou, também ao g1, confiar que o TJMG “fará justiça, como lhe é de costume”, e reforçou que, devido à seriedade do caso e ao segredo de justiça, manifestações ocorrerão apenas na Justiça.
O crime aconteceu em 21 de dezembro de 2024, após uma discussão durante a confraternização. Segundo a PM, Kerli teria avisado a Eliandro que ele seria demitido por ser considerado um “funcionário muito caro”. Revoltado, Eliandro quebrou no chão uma garrafa de vinho que havia recebido como presente. O patrão o advertiu, mandou que limpasse o local e trancou o portão da empresa, impedindo sua saída.
Ainda conforme a polícia, o crime ocorreu já do lado de fora da empresa, na portaria. Eliandro atingiu Kerli com três facadas. O empresário foi socorrido, mas não resistiu.

Na época, a empresa “Metal Polo Aramados e Montagem” divulgou que não havia “explicação lógica” para o crime, considerando que patrão e funcionário eram amigos e que Eliandro era o colaborador mais antigo da equipe. Após o ataque, ele fugiu e pediu ao irmão que acionasse a polícia para que pudesse se entregar. Detido, acabou indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil.
Em janeiro, o advogado Pedro Bispo explicou que a faca usada no crime estava no local e que Eliandro a teria escondido para se proteger. A defesa nega qualquer indício de premeditação, sustentando a tese de legítima defesa desde o início, argumento que ajudou a embasar o pedido de soltura, reforçado por parecer favorável do Ministério Público.
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