Nesta sexta-feira (17), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou o proprietário de uma pastelaria de Campo Bom por forjar um caso de racismo. Gabriel Fernandes da Cunha denunciou uma cliente, identificada como Andressa Oliveira, após ela exigir que um “motoboy branco” entregasse o seu pedido. A situação aconteceu na última terça-feira (14).
As autoridades revelaram que, na verdade, foi Gabriel que criou uma conta falsa e fez um pedido na própria loja. No campo em devem ser escritas as observações, ele solicitou “por gentileza” que a encomenda fosse enviada por um “motoboy branco”. “Última vez veio um motoboy negro. Peço a gentileza que mande um branco, não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”, dizia a mensagem.
“Como é a história? Pois seu pedido será cancelado imediatamente, e irei fazer uma denúncia contra o seu perfil. Faça o favor de não comprar mais na minha loja, pois eu não quero pessoas assim comprando aqui”, rebateram. Confira a troca de mensagens abaixo:
O empresário chegou a registrar ocorrência e divulgou prints do ocorridos. No entanto, ele confessou o que fez em um novo depoimento. Após a repercussão do caso, o síndico do prédio cadastrado como endereço da cliente também registrou ocorrência e alegou que o número do apartamento informado no pedido não existe no edifício. Além disso, não tem nenhuma Andressa que resida no condomínio.
Ao UOL, uma das donas da pastelaria, Daniela Oliveira, disse que a ofensa foi tecida contra seu marido, Gabriel, que realizava as entregas em um dia mais movimentado. “Eu estava na cozinha quando saiu aquela nota. Eu li e na hora não entendi muito bem”, contou. Na web, a rede de pastelarias chegou a repudiar o ato. “A Hora do Pastel presta sua solidariedade aos franqueados da cidade de Campo Bom (RS), repudiando veemente os comentários racistas proferidos em atitude criminosa, fato já noticiado às autoridades. Tamanha agressão não passará impune”, declarou em comunicado.
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