Caso Djidja: Ex-namorado e “personal trainer” são presos em Manaus após depoimento

Personal tinha afirmado que a ex-sinhazinha do Boi Garantido aplicou cetamina nele sem seu consentimento

Nesta sexta-feira (7), a polícia de Manaus prendeu o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto, e o coach Hatus Silveira. Eles foram detidos em decorrência da Operação Mandrágora, que investiga uma seita que promoveria rituais para fornecer e incentivar o uso de cetamina.

Segundo a CNN, Hatus seria um dos responsáveis por fornecer a droga para a família, enquanto Bruno participaria da intermediação da droga. Os agentes ainda descobriram que Hatus se identificava como personal trainer, porém a Associação dos Profissionais de Educação Física e Atividade Motora declarou que ele não tem registro para exercer a profissão.

Na última semana, ele prestou depoimento à polícia e disse que a ex-sinhazinha do Boi Garantido aplicou cetamina nele sem o seu consentimento. “Quando eu estava conversando com o Ademar, eu estava de costas e chegaram com a agulha e aplicaram em mim. Muito rápido. Eu falei ‘Não faça isso’. Eu fiquei tonto por uns 15 minutos“, lembrou.

No mesmo dia, a família ainda teria insistido para treinar com o homem, que afirmou que eles não tinham condições de fazer os exercícios devido aos efeitos do entorpecente. Quando eu vi todo mundo naquela situação, não conseguiam treinar, não conseguiam nem fazer um agachamento. Eu falei ‘tenho que me afastar disso aqui’. Está todo mundo drogado, já estão se prejudicando, eu vou embora daqui“, contou.

Já Bruno, por sua vez, tinha uma tatuagem com o nome da seita “Pai, Mãe, Vida”. A polícia explicou que, ao se afastar da dançarina, ele teria coberto o desenho. “Ele disse que efetivamente tinha feito a tatuagem durante um dos encontros que foi feito na casa dos investigados, onde eles firmaram compromisso de todos realizarem essa tatuagem. Vi que ele já havia remarcado a tatuagem com outra por cima”, informou o delegado Cícero Túlio.

Em áudios atribuídos à mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso afirmou que Bruno estava no quarto quando a empresária passou mal. De acordo com as informações da polícia, ele é suspeito de ter abandonado o carro da empresária em uma avenida de Manaus logo após sua morte.

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Causa da morte de Djidja

A investigação também incluiu vídeos gravados por Cleusimar expondo a família sob efeito de cetamina. Nos trechos, Djidja e Ademar aparece confusa na frente de um espelho depois do uso da substância.

De acordo com um laudo preliminar divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML), nesta segunda-feira (3), Djidja Cardoso faleceu por conta de um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração. A suspeita é de que o uso excessivo de cetamina tenha culminado na complicação, já que a família da jovem tinha a droga aliada aos rituais da seita religiosa que liderava.

O documento aponta “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares, congestão e edema cerebral de causa indeterminada”, que é uma condição caracterizada pelo inchaço no cérebro. No entanto, o IML não explicou o que poderia ter desencadeado o problema. O resultado final da necrópsia e o exame toxicológico deverão ser divulgados até o fim deste mês.

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