Caso Henry Borel: Polícia investiga morte misteriosa de enteado de 4 anos de vereador do Rio; saiba detalhes

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte de Henry Borel, enteado do vereador Jairo Souza Santos. O menino, que tinha 4 anos de idade, faleceu na madrugada do dia 8 de março. Segundo laudo do Instituto Médico-Legal, divulgado em reportagem do jornal RJ2, há sinais de violência e o óbito foi causado por hemorragia interna e laceração hepática, decorrentes de uma ação contundente.

A perícia constatou ainda múltiplos hematomas no abdômen e membros superiores, infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, edemas no encéfalo, grande quantidade de sangue no abdômen, contusão no rim à direita, trauma com contusão pulmonar, laceração hepática (no fígado) e hemorragia retroperitoneal.

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Henry, que passava a noite na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e do padrasto, foi levado ao hospital pelos responsáveis, mas chegou ao local sem vida. Dr. Jairinho e a namorada prestaram depoimento por cerca de 12 horas, na 16ª DP (Barra da Tijuca). Eles foram ouvidos em salas separadas e deixaram a delegacia às 2h30 desta quinta (18).

O casal relatou que ouviu um barulho durante a madrugada e encontrou o garoto desacordado, caído no chão do quarto. Leniel Borel de Almeida Jr., pai da criança, ouviu da ex-mulher que o pequeno foi encontrado com dificuldade de respirar e os olhos já revirados.

Henry tinha apenas 4 anos de idade. “Menino ativo, inteligente, amigo, companheiro, muito divertido, gostava de brincar. Quando não conhecia alguém, era até meio introvertido. O resto era só alegria”, lamentou Leniel. (Foto: Reprodução)

Peritos ouvidos pela TV Globo dizem ser impossível que Henry tenha se machucado de tal forma, somente ao cair da cama. Uma queda de uma altura baixa é pouco provável que esteja na origem dessas lesões traumáticas. “Nós observamos esses tipos de lesões em acidentes de trânsito, com muito mais energia”, afirmou o legista Carlos Durão. As lesões do menino também não poderiam ter sido causadas durante uma tentativa de reanimá-lo.

Ao jornal O Globo, Dr. Jairinho enviou uma nota não qual disse “estar triste, sem chão e suportando a dor graças ao apoio da família e dos amigos”. “As autoridades apuram os fatos, e vamos ajudar a entender o que aconteceu. Toda informação será relevante. Por isso, acho prudente primeiro dizer na delegacia a dinâmica dos fatos, até mesmo para não atrapalhar os trabalhos desenvolvidos”, informou o líder de Marcelo Crivella na Câmara.

Monique Medeiros da Costa Almeida e Dr. Jairinho deixam a delegacia após 12 horas de depoimento sobre a morte do menino Henry Borel  (Foto: Reprodução/Globo)

Nessa manhã (18), a 16ª DP teve acesso às imagens de câmeras de segurança que mostram o menino Henry em boas condições e sem lesões aparentes, durante passeio pelo shopping com o pai, ainda no dia 7, e sendo deixado mais tarde no condomínio onde moram Monique e Jairo.

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“O menino estava em perfeitas condições, totalmente normal, brincando, alegre, feliz, e quanto a isso não tem nenhum questionamento a se fazer. O que me chamou atenção nesse caso foi o laudo. O que o pai me contou foi que ele foi para o hospital com alegação de parada respiratória e quando tive acesso ao laudo, ele transcreveu causa de morte por ação contundente, hemorragia no fígado e lesões em outros órgãos. Isso me causou total estranheza, pois não tinha nexo causal com o que aconteceu e a informação prestada no hospital”, disse Leonardo Barreto, advogado de Leniel, ao UOL.

“Se eles [a mãe e o vereador] mudaram a versão, está bem claro o que aconteceu. Nossa função aqui não é atribuir responsabilidade a ninguém, não é tentar incriminar A ou B, é simplesmente saber a verdade como o menino morreu”, acrescentou ele à reportagem. O advogado disse ainda que o pai do menino está estarrecido. “Quando ele viu o laudo o mundo dele caiu, desabou, ele está completamente mal e desnorteado”, concluiu.