Nesta terça-feira (4), os suspeitos pelo sequestro da menina Isabela da Silva Nascimento, de 2 anos, procuraram a polícia para prestar depoimento. Ao portal Metrópoles, a suspeita identificada como Sandra afirmou que o casal vai esclarecer tudo e que a história não é o que parece ser. De acordo com o advogado da dupla, eles se comprometeram a não fugir.
Ela e o marido, que também é suspeito de participação no crime, devem conversar com as autoridades nesta quinta-feira, 6 de julho, no 11º Distrito Policial de São Paulo, em Santo Amaro. Sandra afirmou que, após seu depoimento, as pessoas vão “entender” o que houve: “Na quinta-feira, a gente vai esclarecer tudo direitinho, e vocês vão entender o que aconteceu”.
Ao portal, o advogado Wanderlei Junior afirmou que os clientes são “pessoas de bem”. “Tudo será esclarecido. Será uma versão realmente esclarecedora. Eles não são bandidos, não são sequestradores. São pessoas do bem. Infelizmente teve esse fato — não posso dizer mal-entendido —, que vai ser esclarecido”, declarou. “Eles querem vir. O advogado veio aqui com calma, deixou o telefone do escritório e tudo. Eles vão falar comigo pessoalmente”, completou o delegado Marcel Druziani.
Vídeo mostra momento em que criança de 2 anos é sequestrada pic.twitter.com/ZhCiomvHoV
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) July 5, 2023
Segundo nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP), a menina de dois anos foi encontrada na noite de segunda-feira (3), quando foi deixada próximo a um comércio na região de Santo André, no ABC Paulista. Além do casal, há uma terceira pessoa suspeita, mas a polícia não divulgou outras informações.
A investigação confirmou que Isabela foi entregue por um homem a um dos funcionários do comércio na Rua Calecute, na região da Vila Luzita. O suspeito teria informado que a criança estava em situação de abandono. No entanto, o dono do estabelecimento reconheceu a menina e pediu a ajuda de uma vizinha, antes de acionar as autoridades.
Investigação
A investigação em torno do desaparecimento está sendo conduzida pela 11ª DP. “A família veio da Bahia há cinco meses. A senhora trabalha vendendo balas na região de Santo Amaro, para ajudar nos gastos da família. Passou a conhecer uma pessoa de nome Sandra. E, muito amável, foi se aproximando, oferecendo vantagens, fraldas, alimentos, roupas e ganhando a confiança da senhora”, explicou Druziani.
A mãe de Isabela, Evanisa Vieira da Silva, teria conhecido a mulher na rua e, na sexta-feira (30), havia combinado de encontrá-la para receber uma cesta básica. Sandra teria ficado brincando com Isabela e com o irmão da menina, quando a mãe deles atravessou a rua para comprar cigarros. Assim que Evanisa retornou, Isabela já havia desaparecido. Sandra alegou para ela que criminosos teriam arrancado a criança de seus braços. O filho de Evanisa, porém, presenciou tudo e contou a real versão para a polícia.
“O menino presenciou e disse que Sandra colocou a criança no carro. Dentro do carro prata havia outra mulher e um senhor careca”, detalhou o delegado. “A mãe não tem endereço nem telefone da Sandra e acreditava que aquela lojinha [na qual comprou cigarro] seria da Sandra, mas não era. Já foi checado”, acrescentou.
As autoridades também trabalham com a hipótese de que a suspeita tem “vontade de ser mãe” e teria sequestrado a criança “para criar”. “A Sandra tinha essa vontade de ser mãe. Ela dizia para algumas pessoas que estava grávida, quando, na verdade, não estava. Tudo indica que ela tenha pegado a criança para criar”, apontaram os agentes.
Reencontro
Evanisa e Gilson, pais de Isabela, se emocionaram durante o reencontro com a menina. “Pensei que nunca mais ia ver minha filha”, afirmou o pai. Enquanto isso, Evanisa chegou a desmaiar. Além dos pais, cerca de 12 familiares estavam no local quando a menina foi encontrada.
Em entrevista para a TV Globo, Sidnei Miranda Barbosa disse que um homem deixou a menina em seu estabelecimento. “Um rapaz falou que encontrou a criança na rua e tinha passado em um Centro de Referência de Assistência Social que estava fechado e ele resolveu deixar lá a criança, porque ele ia trabalhar. E ele acabou deixando. Eu entrei em contato com a polícia, a Carol [vizinha], que estava chegando do trabalho na hora me ajudou porque eu estava sozinho”, lembrou.
O comerciante reconheceu a menina dos noticiários: “Eu nem fiquei olhando pro rapaz, eu fiquei olhando pra criança. Aí foi na hora que caiu a ficha: ‘Essa criança apareceu na televisão’. Foi quando eu chamei a Carol”. “Nunca tinha visto aquele homem. Ele estava com um traje que ele ia trabalhar, com roupa de segurança, jaqueta, bonezinho. E ele falou: ‘Eu não posso ficar porque eu vou ter que trabalhar, senão eu vou chegar atrasado’. Eu falei: ‘Tudo bem, você pode ir então que eu me viro por aqui'”, acrescentou.
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