Caso Sophia: Pai de menina de 11 anos encontrada morta no RJ descobre diário que “previa” sua morte

Com o achado, a família suspeita que a menina já estava sendo vítima do abusador há mais tempo

O pai de Sophia Ângelo Veloso da Silva, de 11 anos, encontrada morta nesta terça-feira (28), dentro de uma lixeira no Rio de Janeiro, revelou que encontrou um diário da garota, onde ela escrevia suposições sobre como morreria. Nesta quinta-feira (30), a polícia afirmou que vai verificar as informações.  

Ela colocou as possíveis mortes lá e dizia homicídio e estupro. Toda a morte que ela teve ela já sabia de alguma forma que isso aconteceria. Eu não sei há quanto tempo isso estava lá. Foi meu filho e minha esposa que encontraram. Hoje eu sou um pai acabado. Ele não tinha esse direito“, lamentou o pai.

De acordo com o g1, com o achado, a família suspeita que a menina já estava sendo vítima do abusador há mais tempo. No dia em que o corpo de Sophia foi encontrado, os parentes da menina foram até a delegacia. Lá, uma sobrinha do suspeito revelou que havia sido abusada pelo tio quando tinha 16 anos. Hoje, com 22, ela conta que a mãe não denunciou o crime na época para poupar a avó, que já era de idade.

O pai de Sophia ainda contou à imprensa que seu conforto é ter achado o corpo da filha para que fosse possível um enterro digno. Eu não sei como eu vou viver, estou tentando ficar de pé mas não sei como vou fazer. Ele destruiu a minha vida. A gente só vivia rindo. Ela chegava nos lugares e passava o amor que ela tinha para os outros, estava sempre com aquele sorrisão no rosto“, disse ele.

O caso

Sophia Ângelo saiu de casa por volta das 7h de segunda-feira (27) e, desde então, não tinha mais sido vista. Ela estava a caminho da Escola Municipal Belmiro Medeiros, no bairro Moneró, a 20 minutos a pé de sua casa. Horas após o desaparecimento, os pais da menina conseguiram imagens dela ao lado de Edilson Amorim dos Santos Filho, de 47 anos. 

A menina foi vista caminhando ao lado do suspeito. (Foto: Reprodução/Câmeras de Segurança)

O pai da menina disse que não foi avisado de que a criança não havia chegado à escola. “A escola não informou que ela não tinha ido. Então, pensamos que ela estivesse na escola. Ele [o suspeito] desviou a minha filha no meio do caminho. Eu reconheci ele nas imagens e, a partir daí, eu falei: ‘É o Júnior’. A minha sogra viu ele mais cedo em direção ao Galeão. Trouxemos todas as informações e depois fomos até a casa dele. Ele estava dormindo“, contou. 

Na casa dele, durante uma perícia, os agentes encontraram um short utilizado pela menina no dia do desaparecimento, além de uma faca e uma chave de fenda torta. A ferramenta, que estava escondida, tinha sinais de sangue. O material será analisado. Os peritos também encontraram vestígios de sangue no banheiro. Apesar de o cômodo ter sido recentemente lavado, o uso da substância luminol conseguiu identificar resquícios de sangue.

Polícia apreende faca na casa de suspeito de matar menina de 11 anos no Rio. (Foto: Polícia Militar)

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O corpo da menina foi encontrado em uma caçamba de lixo, na terça-feira (28). Edilson foi preso e confessou o crime. Segundo o delegado Felipe Santoro, ele foi preso em flagrante por estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver. 

Segundo a 37ª Delegacia de Polícia, a criança levou, pelo menos, 35 facadas na nuca, no peito, nas pernas e nas costas. O delegado afirmou ao g1 que o pedreiro agiu com “extrema agressividade e crueldade”. Edilson é irmão da ex-madrasta de Sophia.

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