Caso Vitória: MP denuncia Maicol, revela pena máxima e pede nova apuração sobre ocultação de cadáver

Em coletiva de imprensa, o Ministério Público afirmou que o suspeito foi denunciado por 4 crimes

Maicol Antonio Sales dos Santos, acusado de assassinar Vitória Regina de Sousa, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pela morte da jovem, em fevereiro. O homem de 26 anos responderá por 4 crimes e sua pena máxima poderá chegar a 50 anos. Ainda, o MP-SP pediu um novo inquérito para apurar se ele teve ajuda de outra pessoa na ocultação do corpo.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (29), da qual o UOL participou, o promotor de Justiça Jandir Moura Torres Neto informou que Maicol foi denunciado por feminicídio, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual feita três vezes. O MP também pediu a prisão temporária de Maicol, que já encontra-se preso preventivamente desde 9 de março.

De acordo com Torres Neto, parte do processo está em segredo de justiça. “O inquérito abriu vista para o MP ontem. A denúncia foi oferecida porque a prisão temporária do Maicol vence no dia 3 de maio. A denúncia foi oferecida com agilidade para que o juiz tenha condições de verificar se concorda com a autoridade policial e MP“, detalhou.

Acabou de ser protocolada a denúncia. Uma parte do processo está com segredo de justiça. Adianto que foi feito um pedido pelo MP para que o sigilo seja levantado, restringindo o sigilo às fotos e documentos da vítima. Até que a decisão sobre esse ponto seja proferida, o inquérito segue em sigilo“, explicou o promotor.

Corpo de Vitória foi encontrado no dia 5 de março, em Cajamar. (Foto: Reprodução/Instagram)

Conforme o Ministério Público, a pena máxima de Maicol pode chegar a 50 anos, considerando a hipótese de que juiz aplique maior pena para todos os crimes pelo qual ele foi denunciado. Uma nova investigação para apurar se o homem teve a ajuda de outra pessoa na ocultação do corpo também foi solicitada. “Há indicativo de que essa conduta [de ocultar o cadáver], o Maicol pode ter tido a participação de uma terceira pessoa“, disse Torres Neto.

Embora o material genético de outro homem tenha sido encontrado no carro usado no crime, o delegado Fábio Cenachi informou que está descartada a possibilitada de que outra pessoa tenha participado no sequestro e do feminicídio. “Essa pequena porção de material genético pode ser de alguém que participou [da ocultação de cadáver], mas também de alguém que andou no carro do Maicol“, explicou.

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Além do material genético, outros indicativos levantam a possibilidade da participação de mais uma pessoa na ocultação de cadáver. O MP e a Polícia Civil não deram detalhes sobre essas evidências para preservar a investigação. Ainda conforme a publicação, não há provas de que a jovem sofreu abuso sexual.

Segundo o MP, as provas levantadas pelas autoridades não conseguiram comprovar se Vitória foi estuprada. “O que é possível afirmar com a prova produzida é que a finalidade de ele ter sequestrado a Vitória era realizar um desejo libidinoso dele“, completou o promotor.

Vitória desapareceu no dia 26 de fevereiro após sair do trabalho em um shopping em Cajamar (Foto: Reprodução)
Vitória desapareceu no dia 26 de fevereiro após sair do trabalho em Cajamar. (Foto: Reprodução)

Relembre o caso

Vitória Regina de Sousa desapareceu no dia 26 de fevereiro depois que saiu do trabalho, em um shopping de Cajamar, na Grande São Paulo. Naquela noite, a jovem pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Em seguida, ela pegou outro ônibus e disse para a amiga que estava com medo de estar sendo seguida.

O corpo de Vitória foi encontrado no dia 5 de março. Segundo a autópsia, a jovem morreu em razão de facadas no tórax, pescoço e rosto. Maicol Antonio Sales dos Santos foi preso e indiciado como autor do crime. Ele chegou a confessar o assassinato, mas sua defesa já afirmou que pretende pedir a anulação da confissão, sob a alegação de que ele teria sido coagido.

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