Certidão de óbito de influencer morto após anestesia para tatuagem aponta fator importante, e família se manifesta

Ricardo Godoi morreu aos 46 anos, em Santa Catarina, ao tomar anestesia geral para fazer uma tatuagem

A declaração de óbito do influenciador e empresário Ricardo Godoi apontou o uso de anabolizante como uma condição que precisa ser levava em conta na investigação. Ele faleceu na segunda-feira (20), em Itapema, litoral de Santa Catarina, ao tomar anestesia geral para fazer uma tatuagem. Já o atestado foi assinado pelo médico Clício J. Dezorzi, diretor do Hospital Dia Revitalité, e divulgado pelo g1 nesta quinta (23).

O documento cita no campo das condições e causas do óbito, os termos “indução anestésica”, “parada respiratória” e “parada cardíaca”. Em um espaço abaixo, onde se pede outras circunstâncias significativas foi escrito “uso de anabolizante”Veja:

Declaração de óbito do influenciador Ricardo Godoi (Foto: Reprodução/g1)

A família de Ricardo, porém, afirmou à Polícia Civil que ele não usava as substâncias há cerca de cinco meses e que fez exames para realizar o procedimento em segurança. O corpo do influenciador foi exumado nesta quarta (22), para passar por perícia. A investigação pretende avaliar se o homem estava apto a tomar anestesia geral e identificar a causa exata do óbito.

“A certidão de óbito que tivemos acesso, conta lá parada respiratória, parada cardíaca e devido ao uso de anabolizantes. Conseguimos, já no final da tarde de ontem, conversar com a familiar do Ricardo. Ela confirmou que ele não fazia mais uso de anabolizantes há uns cinco meses e, por isso, teria realizado alguns exames também, e estaria apto para fazer a tatuagem”, explicou o delegado Aden Claus, responsável pelas investigações.

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Até o momento, o caso é tratado como suposto homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo Claus, os representantes da unidade de saúde não haviam sido ouvidos até a tarde de ontem. O Hospital Dia Revitalité, por sua vez, emitiu um comunicado lamentando a tragédia.

A direção expressou “suas mais sinceras condolências aos familiares do Sr. Ricardo Godoi, que infelizmente faleceu durante procedimento realizado por intermédio de médico particular contratado pelo estúdio de tatuagem e pelo próprio falecido”. O texto também apontou que o procedimento foi feito por um “médico particular contratado pelo estúdio de tatuagem e pelo próprio falecido”.

“Ressaltamos, portanto, que o Hospital Dia Revitalitê não teve qualquer participação no procedimento realizado, tampouco qualquer membro do nosso quadro clínico esteve envolvido em qualquer etapa do procedimento até a intercorrência (…) Esclarecemos que a atuação do hospital se limitou à disponibilização de uma sala operatória e demais equipamentos necessários homologados pelo CRM/SC e que compõem uma Sala Cirúrgica completa”, declarou.

Família de Ricardo disse que ele não usava anabolizantes há cinco meses (Foto: Reprodução/Instagram)

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O hospital também garantiu que está “colaborando integralmente com as autoridades competentes e fornecendo todos os esclarecimentos e documentos protocolares exigidos por lei para a apuração das circunstâncias que levaram ao lamentável ocorrido”. Por fim, o comunicado ressaltou os cuidados tomados no lugar.

“Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e o bem- estar de todos que utilizam nossas instalações e serviços. Neste momento de dor, renovamos nosso apoio e solidariedade aos familiares e amigos”, finalizou.

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O que diz o estúdio de tatuagem

Conforme o estúdio de tatuagem que faria o trabalho, Godoi teve uma parada cardiorrespiratório no começo do processo de anestesia geral. “Primeiramente, o Studio de Tatuagem lamenta profundamente o falecimento do Ricardo, que além de cliente era um grande amigo do proprietário do Studio. Esclarecemos que o Ricardo iria fazer conosco um fechamento de costas com anestesia geral, sedação e intubação. Para isso contratamos um hospital particular com toda equipe, equipamentos e drogas anestésicas necessárias para a segurança do procedimento. Contratamos também um médico com especialização em anestesiologia e experiência em intubação, que teve sua documentação aprovada pelo hospital”, detalhou.

“Foram solicitados previamente exames de sangue, que não apontaram nenhum risco explícito [para] a realização do procedimento. O Ricardo assinou o termo de consentimento de risco do procedimento. O que ocorreu é que no começo da sedação e intubação ele teve uma parada cardiorrespiratória, que ocorreu antes mesmo de começarem a tatuarem ele, que foi verificado rapidamente e chamado um cardiologista para tentar reanimar ele, infelizmente sem sucesso”, concluiu o estúdio.

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