Clarinha: Cinco exames de DNA serão feitos para identificar possíveis familiares da mulher

Clarinha ficou internada em um hospital de Vitória (ES) durante 24 anos após ser atropelada, em junho de 2000

O caso de Clarinha, paciente “misteriosa” que ficou 24 anos internada em um hospital de Vitória, no Espírito Santo, e morreu na última quinta-feira (14), teve novos desdobramentos. De acordo com o g1, cinco exames de DNA serão feitos para identificar possíveis familiares da mulher. Três deles estavam em andamento, e dois surgiram após a confirmação do óbito.

No início da noite de sábado (16), uma família da Bahia contatou o coronel Jorge Potratz, médico que cuidou de Clarinha durante os anos de internação. Ele já tinha conhecimento sobre essa família desde o fim de 2022, e chegou a orientá-la na época sobre os trâmites, mas não sabe os motivos de não terem sido levados adiante.

Os parentes seriam uma suposta mãe, uma filha de Clarinha e duas irmãs, sendo uma advogada que mora nos Estados Unidos. As três mulheres que residem no Nordeste do Brasil chegaram a Vitória na manhã desta segunda-feira (18), e foram diretamente para o Departamento Médico Legal (DML) da capital, onde foram colhidas digitais.

Conforme Potratz, o DML informou que teria condições de fazer uma comparação das amostras com impressões digitais parciais colhidas de Clarinha em 2016, pelo Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES). “A previsão é que o resultado da digital saia ainda nesta segunda (18), ele não deve ser definitivo. Não sou perito, ainda deve haver a necessidade do DNA, mas pode ser exclusivo, ou seja, descartar a família”, explicou o coronel.

Essa mesma família da Bahia teria dito aos policiais e ao coronel que, possivelmente, a falecida tinha uma identidade feita em São Paulo, e que autoridades já teriam solicitado à Polícia Civil paulista esse registro. Além disso, um suposto pedido do envio de impressões digitais desse documento também teria sido emitido. “Uma vez de posse disso é mais fácil fazer comparação e pode dar um norte sobre o caso”, salientou Potratz.

Cinco exames de DNA serão feitos para identificar possíveis familiares de Clarinha (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

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Registro civil

Jorge Potratz acrescentou que a Justiça permitiu fazer o registro civil de Clarinha, mas fez uma ressalva. “A gente faria o registro de nascimento para depois fazer o de óbito. Mas, com essa questão dessa possível identidade, talvez seja mais prudente esperar um pouco para evitar fazer um cancelamento judicial, se for o caso. Enquanto isso, também não é possível ter informações sobre a liberação do corpo”, pontuou ele.

Além das possíveis parentes da falecida, o coronel soube de um rapaz que alegou ser filho dela, na sexta (15). “Quando soube da morte, ele foi diretamente ao DML. Não sei quem ele é ou as razões de por que teria procurado só agora”, admitiu Potratz. Ele também não sabe informar se o caso do jovem teve algum avanço desde a semana passada.

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Quadro de saúde

Jorge Potratz esclareceu, ainda, que Clarinha não teve piora no quadro de saúde ao longo da última semana, e que sua morte foi súbita. “A morte da Clarinha foi uma coisa inesperada, súbita. Ela vomitou e broncoaspirou. Não houve indicação de piora ou deterioração do quadro clínico. Foi a primeira vez que aconteceu isso em 23 anos”, revelou.

“Querendo ou não, após 24 anos acamada, é uma situação que mexe com o organismo da pessoa e a deixa mais fragilizada. Mas não houve uma complicação específica neste caso”, concluiu o coronel.

Segundo a Polícia Científica (PCIES), o corpo de Clarinha permanece no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, e aguarda o andamento dos trâmites relacionados ao sepultamento iniciados pela Polícia Militar (PMES) junto ao Ministério Público Estadual (MPES). Saiba mais detalhes do caso, clicando aqui.

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