O corpo de Bruna Oliveira da Silva, estudante de 28 anos, foi encontrado nesta quinta-feira (17) em um estacionamento na Zona Leste de São Paulo, quatro dias após seu desaparecimento. Ela havia sumido no domingo (13) após chegar à estação Corinthians-Itaquera. O corpo apresentava sinais de agressão e estava apenas com roupas íntimas. Não há informações sobre possíveis suspeitos ou a causa da morte, e o caso segue sendo investigado.
Segundo a TV Globo, Bruna havia passado o fim de semana na casa do namorado, no bairro do Butantã, na Zona Oeste. No domingo à noite, a jovem pegou o metrô e se dirigiu até a estação Corinthians-Itaquera para retornar para casa.
Antes de chegar, Bruna ligou para a mãe para informar que havia perdido o ônibus e que estava com a bateria do celular quase no fim. A mãe fez uma transferência de dinheiro para que a filha pudesse voltar de carro de aplicativo. Essa foi a última vez que Bruna usou o celular, por volta das 22h21. Desde então, ela não foi mais localizada.

Preocupados com o sumiço, os pais de Bruna acionaram as autoridades na manhã seguinte, e o caso foi registrado. Na tarde desta quinta (17), o corpo da estudante foi encontrado na Avenida Miguel Ignácio Curi, na região da Vila Carmosina, também na Zona Leste. A família conseguiu identificar o corpo no Instituto Médico Legal (IML), por meio das tatuagens de Bruna.
Amigos da estudante confirmaram ao UOL que a jovem foi encontrada próximo ao prédio da Fatec, a cerca de dois quilômetros do local onde ela havia desaparecido. “Eu não quero acreditar que mataram minha amiga”, escreveu uma das colegas da jovem em uma publicação nas redes sociais.
Bruna era formada em turismo e estava cursando pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP). A Escola de Artes, Ciências e Humanidades da instituição emitiu uma nota lamentando sua morte e expressou solidariedade à família e amigos da estudante. “A direção envia os sentimentos aos familiares e amigos”, declarou a faculdade.

Até o momento, a investigação não revelou a identidade de suspeitos nem a causa da morte. O caso está sendo apurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Em nota ao g1, a Secretaria da Segurança Pública afirmou: “As investigações estão em andamento visando o total esclarecimento dos fatos”.
Mãe faz desabafo
A jovem deixou um filho de 7 anos. Após a confirmação da morte, a mãe dela fez um desabafo sobre a perda. “Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: ‘por que não fui eu?’. A dor seria bem menor”, afirmou a mãe da jovem, Simone da Silva, à TV Globo.
“Hoje eu estou enterrando a minha princesa, a minha melhor amiga, a pessoa que eu podia contar. Eu a perdi. Está indo metade de mim ou mais da metade de mim. Quando que vou sorrir de novo? Não sei. Ela falava para mim: ‘Mãe, estuda, e não dependa de ninguém. Estuda e trabalha’. Tudo o que consegui na minha vida foi ela me empurrando [apoiando]. E agora? Quem vai fazer isso?”, acrescentou, emocionada.
Segundo Simone, a distância entre o metrô e a casa da filha é 10 minutos a pé, ou 5 minutos de carro. Como já estava tarde, ela combinou que iria pegar um carro por aplicativo. “Eu falei com ela às 22h20. O último contato de visualização que ela tem no celular é às 22h30. A pessoa que pegou ela, pegou em menos de 5 minutos depois que falei com a minha filha”, disse a mãe.
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