Corpo de bebê desaparecida em AL é encontrado no quintal da casa da família, diz polícia

Mãe chegou a dar cinco versões sobre o caso para a polícia

O corpo de Ana Beatriz Silva de Oliveira, bebê que desapareceu com apenas 15 dias de vida, foi encontrado nesta terça-feira (15), no quintal da casa da família, em Novo Lino, no interior de Alagoas. A mãe, Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, chegou a dar cinco versões sobre o desaparecimento da filha, incluindo um sequestro.

De acordo com o portal g1, o advogado da família acionou a polícia depois de convencer Eduarda a dizer onde estava o corpo da recém-nascida. Ana Beatriz foi encontrada enrolada em um saco plástico e dentro de um pote com sabão em pó. No momento em que as autoridades invadiram a residência para encontrar a bebê, Eduarda passou mal e foi socorrida por uma ambulância.

Ainda não há informações se a menina morreu de causas naturais ou se foi assassinada. A polícia também não informou se a mãe confessou ter matado a filha, nem se ela foi presa. Assista:

As autoridades afirmaram ao g1 que as buscas estavam sendo dificultadas pelas mudanças de depoimento apresentadas por Eduarda. Segundo os delegados, ela foi ouvida formalmente quatro vezes, e em outros momentos de maneira informal, contando cinco versões diferentes para o desaparecimento da filha. “Todas as informações foram prestadas pela mãe da criança e, diante das várias contradições que ela entrou, descartamos o sequestro num dos modos que ela falou inicialmente“, declarou João Marcello, delegado responsável pelo caso.

Primeira versão

Inicialmente, Eduarda afirmou que a criança havia sido sequestrada na BR-101, enquanto elas aguardavam o ônibus escolar de outro filho, de 5 anos. Conforme o primeiro relato, criminosos passaram em um carro preto e sequestraram Ana Beatriz, fugindo em direção ao estado de Pernambuco. Contudo, imagens de câmera de segurança e depoimentos de testemunhas apontaram que a mulher saiu e retornou sozinha para casa, sem qualquer indício da presença do veículo ou de terceiros.

Em momento algum, ela desceu da BR. Em momento algum, ela estava com a criança no colo, verificamos todos os veículos, nenhum veículo passa do lado direito da BR em baixa velocidade para anunciar esse sequestro. O único veículo que passou em baixa velocidade foi o Prata, identificamos esse veículo, o motor já ao retornar, verificamos que ele fazia transporte irregular de pessoas e mercadorias para Recife. Não teve envolvimento nenhum com o fato“, disse o delegado.

Ana Beatriz desapareceu na sexta-feira (11), em Novo Lino. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Segunda versão

Em seu segundo depoimento, Eduarda relatou que um carro preto teria feito a abordagem, mas que dentro dele havia apenas o motorista e uma mulher loira, no banco de trás, apontando uma arma de fogo. Ela teria entregue a bebê para a mulher através da janela do veículo. Essa versão, entretanto, também foi descartada pela Polícia Civil pelos mesmos indícios da primeira.

Terceira versão

Conforme a apuração do g1, Eduarda voltou atrás e negou que os homens estivessem com armas de fogo, mas sim com facas. No entanto, o relato não foi considerado pelos mesmos motivos da primeira e segunda versão. Ou seja, não há imagens ou alguma testemunha que comprove a abordagem.

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Quarta versão

Em seu quarto depoimento, a mãe de Ana Beatriz contou que teria sido abordada por dois homens que estavam caminhando às margens da rodovia. Segundo Eduarda, eles teriam a ameaçado com facas e levado a bebê à força. Do mesmo modo que as outras versões, não há comprovação de violência ou resistência.

Quinta versão

A versão mais recente de Eduarda, obtida pelo g1, apresentava uma suposta violência sexual. Ela afirmou que foi violentada por cerca de 20 minutos enquanto era mantida com uma arma de fogo em sua cabeça. A bebê e o outro filho não teriam acordado durante esse tempo e, por isso, não choraram. Eduarda também contou que não gritou por medo. No entanto, os exames que foram realizados na Rede de Atenção às Vítimas (RAV) não apontaram indícios de estupro.

A última versão que ela sustenta é de que ela teria deixado o portão de sua residência aberto e por volta de meia-noite, dois homens encapuzados, com casaco e luvas, teriam entrado e praticado abusos sexuais contra ela, posteriormente subtraindo a criança mediante violência grave e ameaça“, detalhou João Marcello.

Eduarda apresentou cinco versões sobre o desaparecimento da filha. (Foto: PC-AL)

Diante das mudanças de versões, a polícia passou a acreditar na morte da bebê e mudou o curso das investigações, buscando pelo corpo de Ana Beatriz. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil iniciaram uma varredura na região da casa da família e chegaram a ampliar os trabalhos, vistoriando desde cisternas até em lixões da cidade. O corpo, por fim, foi encontrado no quintal da residência.

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