Nesta quarta-feira (19), a defesa do homem que matou a namorada por sentir ciúmes dela durante um ménage – como é conhecido o sexo a três -, informou que ele será submetido a uma “avaliação de sanidade”. Segundo o UOL, os advogados alegam que Diego Marques Resende teria agido durante um “surto psicótico”. O caso aconteceu em Patos de Minas (MG), no sábado (15). Marques, de 32 anos, foi preso em flagrante enquanto tentava se livrar do corpo da vítima.
“Já estamos pedindo junto ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da prefeitura os prontuários médicos do meu cliente. E, no transcorrer do processo, vamos requerer que seja apurada com acuidade a integridade mental do acusado e, se ao tempo da infração, era inteira ou relativamente incapaz de entender o caráter ilícito do fato”, declarou o advogado Gustavo Virgílio Rocha Pereira.
De acordo com o artigo 26 do Código Penal Brasileiro, “é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
O representante de Diego também pediu o habeas corpus do cliente, apontando “ilegalidade” no processo de prisão. Ele alegou a “não homologação judicial da prisão em flagrante e ausência de sua conversão em prisão preventiva”. O advogado ainda criticou a realização da audiência de custódia somente três dias após o flagrante.
Diego Marques Resende aguarda julgamento na prisão. “Ele foi preso em flagrante por feminicídio com qualificadora de motivo cruel e fútil. Ele também dificultou a defesa da vítima, o que é outro agravante. A justiça também pode enquadrá-lo por ocultação de cadáver, já que ele tentou esconder o corpo no quarto vizinho ao dos acontecimentos e também por sequestro e cárcere privado do rapaz que também foi vítima”, afirmou o delegado Luiz Mauro Sampaio, da Delegacia de Homicídios de Patos de Minas, ao UOL.
Entenda o caso
De acordo com as autoridades, Gilmara Fernandes se mudou para Patos de Minas há cerca de cinco meses e mantinha contato com familiares por telefone. A moça de 23 anos, que é natural de Flexeiras (AL), foi morar na casa do namorado em agosto. “Desde que iniciaram a relação, ele foi isolando ela dos amigos, da família, foi tornando ela dependente psicologicamente dele. Com as agressões, ela, por medo, obedecia às vontades dele”, contou o delegado.
Para a Polícia Militar, Diego deu detalhes de como a tragédia começou. O homem contou que o casal estava em casa quando decidiu convidar dois amigos para “beber e conversar“. “Ele disse que ficou com ciúmes porque ela não parava de olhar para os outros homens. Então, uma hipótese é de que ele tenha provocado uma situação para testar a namorada. Foi quando ele propôs a ela que fizesse sexo com ele, acompanhado do amigo. E ela, talvez com medo de apanhar mais do que já apanhava, aceitou”, explicou Sampaio.
Pouco tempo após o início da relação sexual, o criminoso teria dito que a jovem “não fazia as coisas do jeito que ele queria”: “A partir daí, ele buscou pedaços de madeira, como cabos de rodos e vassouras e passou a espancá-la com toda a força. O rapaz que estava com eles ficou com medo de impedir o amigo, pois também foi machucado ao tentar. O suspeito então bateu nela por mais de uma hora, sem parar. Depois, jogou a namorada no quarto ao lado para morrer”.
De acordo com Sampaio, a moça não foi vítima de estrangulamento ou traumatismo craniano, mas morreu devido ao esvaziamento de sangue do seu corpo. “A testemunha que estava com o casal contou que a jovem ainda estava viva quando o namorado a levou para o outro quarto. Ele pode ter utilizado também alguma ferramenta cortante, pois vários vasos de importância para o transporte do sangue foram afetados. Ela não morreu de repente. Ela morreu gradualmente, até que seu corpo se esvaziasse do sangue”, revelou.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques