Nesta semana, a vereadora Benny Briolly foi alvo de comentários racistas e transfóbicos pelo deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ). Em sessão no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na terça (17), o político se referiu à vereadora como “Belzebu” e “aberração”. Além disso, Rodrigo fez questão de chamar Benny por pronomes e termos masculinos. Em 2018, Amorim já havia se envolvido em uma polêmica lamentável, quando comemorou a destruição de um cartaz em homenagem à Marielle Franco.
“Talvez não enxergue sua própria bancada, que tem lá em Niterói, o ‘boizebu’, que é uma aberração da natureza aquele ser que está ali. Um vereador, homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto é homem. Agora temos uma ‘aberração’ do alfabeto inteiro, designando o que eles chamam de ‘gêneros’, gêneros aleatórios”, disparou.
“Eu sou do tempo que existia homens, mulheres, bichas e sapatões. Esses ‘soldados do mal’, fedendo a enxofre que são. O vereador homem de Niterói parece um ‘Belzebu, porque é uma aberração da natureza'”, continuou, antes de ser interrompido por estourar o tempo de fala.
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Nesta sexta-feira (20), Benny Briolly (PSOL-RJ) compareceu à Delegacia de Crimes Raciais, no centro do Rio, para fazer um boletim de ocorrência contra o deputado do PSL. Ainda, a vereadora garantiu que pretende entrar com um processo na Justiça.
“É inadmissível que um parlamentar use do Parlamento, que deveria servir ao povo, para cometer atos criminosos. Nós estamos falando de Rodrigo Amorim, que meses atrás queria anistiar os milicianos do estado do Rio de Janeiro, é o mesmo que quebra a placa de Marielle Franco. Eu, uma parlamentar eleita, travesti eleita, legitimada pelo voto popular e pela expressão da democracia brasileira, não vou tolerar que esses criminoso usem o Parlamento para legitimar a política do crime. Eu, Benny Briolly, já estou acionando a Justiça para que as devidas medidas sejam tomadas. E sigo resistindo”, afirmou em publicação nas redes sociais.
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“Se esses covardes acham que vão me silenciar, eles estão muito enganados. Se eles acham que estão protegidos pela imunidade parlamentar para saírem cometendo atos criminosos, eles que aguardem, pois racismo e lgbtfobia são crimes. Hoje, ocupo a Câmara Municipal de Niterói e sou frequentemente atacada pelo setor bolsonarista da Casa”, acrescentou Benny ao portal Metrópoles.
“Por isso se torna ainda mais necessário meu corpo ocupar lugares como a Alerj para enfrentar pessoas como o Rodrigo Amorim e colocá-las de vez na lata do lixo da história, que é o lugar delas. Quero construir uma sociedade livre e liberta de pensamentos que matam corpos como o meu todos os dias no mundo. Não me intimidarão e não serei interrompida”, avisou a parlamentar.
Em nota enviada ao Metrópoles, Rodrigo justificou que os absurdos sobre a vereadora foram proferidos durante uma discussão com uma colega de partido, Renata Souza. “Ela desrespeitou a mim e aos cidadãos fluminenses que estavam visitando a Assembleia Legislativa, chamando-os de ‘bois’. Escapa à minha compreensão o motivo pelo qual as ofensas proferidas pela deputada não foram tema de nenhuma reportagem, no momento em que ela trata o cidadão-contribuinte com agressão e desrespeito”, disse.
“Fui eleito para defender os valores da família e aqueles que fazem tal defesa fazem parte da mesma diversidade da qual o senhor vereador Bênio diz fazer parte e defender”, concluiu o deputado, mais uma vez alterando até o nome de Briolly para o gênero masculino.