O empresário Antônio Augusto Castro, que morreu na queda de um avião bimotor em Santa Catarina, havia adquirido a aeronave há menos de um mês, de acordo com familiares. Natural de Minas Gerais, Antônio, de 52 anos, era sócio de uma construtora localizada em Governador Valadares e estava viajando ao Sul do país para inspecionar uma das obras de sua empresa.
Ao O Globo, o advogado Alaor Esteves, irmão de Augusto, contou que a aeronave foi adquirida pelo empresário e um sócio, para ser usada em viagens a trabalho. “Ele tinha comprado recentemente, há duas semanas que estava com ela“, disse Alaor.
A família sabia que Augusto faria a viagem no avião. O outro ocupante era o piloto, Geraldo Cláudio de Assis Lima. Os dois corpos foram encontrados carbonizados nas ferragens do avião.
Antônio era casado e deixou dois filhos. O irmão do empresário afirmou que a vítima sempre esteve disposta a ajudar todos da família. “Sensato, sempre muito cortês e religioso. As lembranças serão sempre de um Antônio Augusto que sempre priorizava a família, sempre muito confiante, decidido, guerreiro, sempre disposto a ajudar, e um incentivador e conselheiro nato“, disse ele.
O avião bimotor que saiu de Governador Valadares, na região do Rio Doce, e caiu a caminho de Florianópolis, em Santa Catarina, na tarde dessa segunda (3), estava a 3.660 metros do chão quando começou a perder altitude. Os 20 minutos finais do trajeto da viagem foram em queda… pic.twitter.com/VZcOk8eWlO
— O Tempo (@otempo) June 4, 2024
O acidente
Na tarde desta segunda-feira (3), um avião de pequeno porte desapareceu na região de Joinville, Santa Catarina, com duas pessoas a bordo. Segundo informações do jornal O Globo, os destroços da aeronave foram encontrados hoje (4) pela manhã, pelo Corpo de Bombeiros catarinense. Não houve sobreviventes.
O avião de modelo Baron 95-B55 e matrícula PS-BDW, deixou Governador Valadares (MG) por volta das 14h de ontem e deveria pousar em Florianópolis (SC) cerca de três horas depois. Todavia, o bimotor sobrevoava a região de Joinville, para onde teria mudado o destino devido às condições de pouso, quando perdeu o contato com a torre de comando.
De acordo com o capitão Ricardo Aberto Dummel, do 7°BBM, os escombros estavam em uma área de mata fechada e ribanceira. “Ainda por motivo desconhecido, ela (aeronave) optou por descer no aeroporto de Joinville, acabou arremetendo, vindo posteriormente a cair na região de Barrancos, região limítrofe dos municípios de Itapoá e Garuva”, explicou Dummel. “Nossas equipes, juntamente com a FAB, estavam buscando essa aeronave. Durante a madrugada, ela foi localizada. Infelizmente, não houve sobreviventes na queda. Nossa informação inicial é que são duas vítimas”, detalhou.
As buscas contaram com equipes da FAB (Força Aérea Brasileira) pelo ar e do Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil por terra. Devido à localização, socorristas precisaram do apoio de dois times, de Garuva e de Itapoá, para a retirada dos corpos das vítimas do interior da aeronave.
De acordo com o UOL, o bimotor era propriedade da Conserva de Estradas LTDA, uma construtora mineira, e tinha capacidade para até seis pessoas, entre piloto e passageiros. O status de operação registrado no sistema de consulta do RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro) da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aponta que o avião estava regular para realizar voos. Todavia, o bimotor não tinha permissão para fornecer serviços de táxi aéreo.
O caso está sendo investigado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que revelou em comunicado que “a conclusão da investigação terá o menor prazo possível”. A rapidez da apuração segue “dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes” para a queda da aeronave.
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