Estudantes de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, uma das mais tradicionais de São Paulo, foram fotografados, neste sábado (15), com uma faixa que faz apologia ao estupro. A mensagem diz “entra porr*, escorre sangue”, e já fez parte de um antigo “hino” banido pela instituição de ensino.
O caso aconteceu antes de uma partida de handebol durante o Intercalo, uma competição entre calouros de diferentes faculdades de Medicina. É possível ver 24 estudantes – que fazem parte da Atlética – segurando a faixa, incluindo uma mulher. O clique gerou indignação após circular por grupos internos da faculdade e fez com que fosse aberta uma sindicância para apurar o ocorrido.
A imagem também foi alvo de notas de repúdio de entidades ligadas à faculdade e da própria instituição. O Centro Acadêmico Adib Jatene, da Santa Marcelina, e outras entidades estudantis classificaram o episódio como apologia ao estupro.
De acordo com o UOL, fontes afirmaram que a frase da faixa teria sido inspirada na letra de uma música cantada por alunos, que foi banida pela instituição em 2017. A letra fazia apologia à violência sexual e continha expressões explícitas de desrespeito à mulher.

Depois da repercussão, o presidente da Atlética divulgou um pedido de desculpas e alegou que não havia lido o conteúdo da faixa antes de posar para a foto. Posteriormente, a Atlética publicou uma nota atribuindo a confecção da faixa aos calouros. Na segunda-feira (17), uma segunda nota foi publicada, afirmando que o presidente e vice-presidentes da gestão de 2025 foram afastados.
Fontes do UOL apontaram que a Atlética foi responsável pela compra da faixa e pela inscrição da frase. A faixa foi feita após um treino de futsal, na quinta (13), com participação direta dos atleticanos, conforme o portal. O Coletivo Feminista Francisca, da Santa Marcelina, também cobrou um posicionamento mais firme: “Os machistas, os misóginos e os patriarcais não passarão enquanto nós estivermos aqui, unidas e prontas para lutar contra qualquer ato que fira a nossa dignidade humana“.
Faculdade se manifesta
Em nota nas redes sociais, a Faculdade Santa Marcelina declarou que “se manifesta veementemente contrária ao ocorrido” e que os responsáveis serão penalizados, com advertências, suspensão ou expulsão, conforme a gravidade da infração. “Atitudes como essa constituem agravo à instituição e sua tradição, missão e valores e também à sociedade como um todo“, declarou.
A instituição de ensino acionou as autoridades competentes para investigarem o caso. A Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito policial para apurar a denúncia. Ao portal g1, a Secretaria da Segurança Pública também informou que a 8ª Delegacia de Defesa da Mulher está à disposição para ouvir as denúncias.
“Nesse sentido, a Faculdade Santa Marcelina já iniciou um procedimento de sindicância interna para apuração dos fatos e os alunos da instituição responsáveis pelos atos (que ocorreram fora de suas dependências) serão penalizados conforme os princípios estabelecidos e a gravidade da infração. Entre as punições estão advertências verbais e escritas, suspensão e até desligamento (expulsão) da faculdade“, concluiu a instituição.
Leia a íntegra:
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques
Ver essa foto no Instagram