Ullisses Campbell, jornalista, escritor e roteirista especializado em crimes reais, se prepara para lançar sua nova trilogia, “Homens Assassinos”. A primeira biografia a ser publicada será a de Francisco de Assis Pereira, conhecido nacionalmente como Maníaco do Parque. Ao hugogloss.com, com exclusividade, Campbell contou detalhes nunca antes revelados sobre a vida do serial killer brasileiro.
Em 400 páginas, o autor traz uma visão aprofundada sobre o criminoso, incluindo relacionamentos com três mulheres e o seu destino depois de cumprir a pena na penitenciária de Iaras, interior de São Paulo. “O livro vai trazer as histórias que o Francisco teve com três namoradas que se relacionaram com ele, dentro da prisão. Uma delas é a história de uma técnica de enfermagem, que inclusive se relaciona com ele até hoje“, declarou.
A biografia entrará em pré-venda no final de julho e será lançada oficialmente em setembro, na Bienal do Livro, na capital paulista. Veja a capa:
Considerado um dos maiores assassinos em série do Brasil, Francisco estuprou e matou, ao menos, onze mulheres, na década de 1990. Ele também tentou assassinar outras nove. Os crimes aconteciam no Parque do Estado, na zona sul de São Paulo. Por esse motivo, ele ficou conhecido como o Maníaco do Parque.
Francisco foi preso em 1998 e condenado a 268 anos de pena. Devido à legislação brasileira da época, ele deve ser solto em 2028. Para seu novo livro, Campbell reuniu diversas passagens da vida do serial killer, especialmente dentro da prisão. Uma delas explica como uma técnica de enfermagem conseguiu manter um relacionamento com ele, em troca de um favor à família.
“Eles começaram a se relacionar com cartas. Ela não podia entrar na cadeia para fazer visitas porque tem aquela regra que só pode parente de primeiro grau ou quem tem união estável. Ela pediu para a família tirar os nomes da lista e a família fez isso. Em troca, ela ficou dando uma ajuda financeira à família, além de cestas básicas“, descreveu.
O autor relatou que o assassino também se relacionou com duas outras mulheres, donas de casa. Enquanto uma morava em Santa Catarina, a outra vivia em São Paulo. “A primeira mandou um presente pra ele, uma camisa. Aí ele apareceu na TV vestindo a camisa que ela mandou. Ela entendeu aquilo como um sinal de que ele estava interessado e começou a se relacionar com cartas. Depois, ela conseguiu visitá-lo na cadeia“, narrou.
“A segunda é uma mulher que o viu na televisão, dando entrevista, se apaixonou por ele e largou tudo. Ela largou o marido e foi morar perto da penitenciária, no interior de São Paulo, para poder viver esse romance. Mas Francisco terminou com as duas porque o juiz nunca permitiu que ele tivesse visita íntima com elas. O namoro só no parlatório, no toque de mão, não resistiu“, acrescentou. De acordo com Ullisses, ambas já faleceram.
Campbell contou, ainda, que Francisco mandou para o irmão mais de mil cartas que ele tinha recebido ao longo do tempo, dentro da penitenciária. “Ele ficou com receio que essas cartas fossem confiscadas. Aí ele mandou para o irmão mais velho“, apontou o jornalista.
Programado para sair da cadeia em quatro anos, o assassino em série, por sua vez, não tem para onde ir. “A família não pretende recebê-lo em casa. Eles não teriam estrutura para isso. A rigor, ele não teria para onde ir. Mas tem uma mulher, que se relaciona com ele por cartas, que disse que se ele quiser, ele pode ir morar com ela em Portugal. Isso não é possível porque a pena dele é de 268 anos, ou seja, ele só poderia sair do Brasil quando ele não devesse mais nada pra Justiça“, concluiu.
Sobre o autor
De Belém, no Pará, Ullisses reúne 25 anos de carreira e foi vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo, um dos mais importantes da categoria. Ele é autor de uma série de livros sobre crimes reais, incluindo a trilogia “Mulheres Assassinas”, que reúne as biografias de Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Flordelis.
Campbell também é um dos roteiristas da série “Tremembé”, prevista para ser lançada em 2025 no Prime Video, e atualmente mantém um blog, no site do jornal O Globo, sobre casos policiais.
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